segunda-feira, 17 de junho de 2013

PROTESTOS – "ONDE ESTÃO OS JOVENS"?


PROTESTOS – "ONDE ESTÃO OS JOVENS"?

Lembro-me do meu professor de Sociologia na Faculdade quando fez certa pergunta: Onde estão os jovens que não são mais ativos politicamente como no passado? Segundo ele, com essa pergunta em mente pôs-se a buscar resposta e encontrou. A conclusão daquele professor foi: Os jovens estão na internet, nas redes sociais e nos joguinhos de computador. Todavia, os jovens desses últimos dias tem mostrado um perfil diferente nas grandes capitais desse país através dos protestos recentes.

É evidente que os jovens estão na vanguarda desses movimentos como se vê nos noticiários. A maioria deles são trabalhadores, jornalistas, trabalhadores comuns que deixam seus lares cedo. Mas juntos com os veteranos têm sentido arrochados por uma dívida do Estado que se arrasta há décadas. A má qualidade dos transportes públicos e os preços exorbitantes de suas passagens.

Será que alguém parou para contabilizar o desgaste que representa andar nesses transportes públicos? Viajar bem cedo nesses transportes como se fossem latas de sardinha, mesmo a entrada neles para não perder o horário representa uma luta pela sobrevivência. Se caso pusessem muitos empresários e políticos nesses transportes precários, muitos deles se desesperariam. Penso que se eles fossem obrigados a seguir a rotina dos trabalhadores por uma semana, seria um ótimo aprendizado e rapidamente mudariam suas posturas indiferentes e dinheirista.

Todavia, eles permanecem nas suas torres de marfim dando ordem e engordando as suas contas. O governo por sua vez nada tem feito para minorar a dor dos trabalhadores e inclusive tem assumido uma linha de oposição. Ouvimos de uma censura clandestina ditatorial, em que sinais de celulares e internet têm sido cortados impedindo coberturas em protestos para que não se vejam o que de fato está acontecendo. O protesto é um direito assegurado ao cidadão pela Constituição Federal. Na verdade, na qualidade de Estado Democrático de Direito todos podem reunir pacificamente sem armas. Ninguém deve ser impedido de mostrar o que pensa e protestar quando se sente prejudicado em alguma coisa. Porém o que se vê é repressão!

Por outro lado a onda de protesto traz consigo não apenas a demonstração de descontentamento pelo preço das passagens, mas o descontentamento com o momento presente. Para a realização da Copa em 2014 obras necessárias têm sido realizadas e tantas outras estão andamento, porém todos sabem como o dinheiro público tem sido mal administrado, enquanto a vida continua e há várias outras necessidades simultaneamente. Logo os protestos das passagens tem ido além de meros R$ 0,20. Apesar dos índices de elevação de preços subirem de maneira injusta e até exorbitante nesses últimos anos, tendo em vista a precariedade com que os passageiros são atendidos.

Penso que nesses dias aquele doutor de quem falei no início desse artigo, aquele que nos dava aula de sociologia, deve estar satisfeito. Possivelmente, porque ele se lembra da década de 1960 em que os jovens atuavam muito politicamente. Hoje outros jovens se levantam contra a corrupção, pois “ou os corruptos param ou então o Brasil pára”. Eles são a verdadeira “corrente pra frente” que não aceitam mais os desmandos com o dinheiro público. É isso aí, como cantou Gonzaguinha, “Fala Brasil, solte o fogo do teu coração”.




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