sábado, 28 de janeiro de 2012

PORNOFONIA - ESTOU INDIGNADO

“A garganta deles é sepulcro aberto” - Romanos 3.13a



Você sabe o que é pornofonia? Vem de duas palavras gregas porné que significa prostituição; e phoné que significa som. Logo pornofonia signica expressão ou palavra obscena, que também se aplica a música. E sei que o mal prolifera pois em muitos setores a igreja visível, institucional e certos crentes ou pelo menos, que se dizem crentes, em particular tem prazer nessas abominações cantadas pelo funk imundo e outras modalidades ditas musicais.
Estava eu num casamento em uma igreja evangélica, assisti uma bonita cerimônia e tudo aconteceu "como manda o figurino". Depois fomos para um lindo salão de festas, comemos e bebemos até aí tudo bem. Até que derrepente o DJ começou a colocar as mais horríveis pornofonias, ou seja, aquelas músicas proibidas por lei. Ora, me surpreendi pois jamais participei de um baile funk, mas eu estava ali em um, ou seja, a festa de casamento se tornou uma coisa regada a palavrões, baixarias. Ora se já me incomoda o desrespeito dos agressivo dos não crentes através dessas pornofonias, a participação de pessoas que se dizem crentes me traz indignação.
O Senhor Jesus disse:  "Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado" Mateus 12:36-37. Paulo censurando o linguajar impuro dos crentes escreveu: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem”, Ef 4.29.
O pior de tudo é que na ocasião presenciei crianças dançando eroticamente, esfregavam-se umas nas outras, onde está a cabeça desses pais? Não tem o mínimo de zelo e compaixão pelas almas dos filhos, eles não estão filtram as influencias sobre a vida de seus filhos. Pelo que no presente sofrerão um vazio angustiante, perderão noites de sono sem paz, seus casamentos serão um fracasso, outros abusarão de crianças por que são atormentados por espíritos imundos de várias outras maneiras, enfim a eternidade deles estará comprometida, pois o espírito de prostituição impede o conhecimento de Deus, Oséias 5.4.
Caros leitores vocês sabem o que Paulo quis dizer com “a garganta deles é um sepulcro aberto” em Rm 3.13? Imagine você caminhando por um cemitério e derrepente você percebe que um sepulcro cujo corpo de um morto foi depositado ali a pouco tempo. Tal corpo já está em estado avançado de decomposição. O que acontecerá? Você terá uma primeiro uma visão muito desagradável, verá carne em decomposição, apodrecida e cheia de bichos e sentirá um cheiro horrível que dali exala. Tal deve ser a nossa concepção de funks imundos, palavras torpes, palavrões etc.
Se há algum temor na sua alma não pratique isso, se já praticou arrependam-se dos seus pecados e procurem conduzir os seus filhos nos caminhos do Mestre de Nazaré, para que vocês não fiquem envergonhados. Isso é coisa muito séria.

No temor a Deus
Pr. Ronaldo Batista Pereira

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

VOCÊ APRENDEU A DISCIPLINAR A SEU FILHO?

(1ª PARTE)

Certa mãe me procurou para um aconselhamento pastoral, seu assunto era no tocante a aplicação de disciplina nos filhos. Assunto, na minha experiência difícil de ser abordado pelos pais a um pastor.
Essa mãe me disse: Não estou sabendo disciplinar meus dois filhos, estou me achando muito dura com eles, o que faço?
– Como assim, muito dura com eles? Perguntei-lhe para que ela me desse mais detalhes.
– É que toda vez que meus filhos fazem alguma coisa errada eu bato neles, isso está me deixando intranquila, porque não sei outra maneira de corrigi-los. Desabafava aquela mãe preocupada com a limitação de seu método corretivo e doloroso até. Foi ali que tive a grata satisfação de ajudar aquela senhora sugerindo-lhe diferentes maneiras de disciplinar seus filhos. Que é o assunto que trato neste artigo.

A intenção da disciplina

Recordo bem que ao conversar com aquela senhora eu lhe disse que a correção dos filhos deve ter sempre como objetivo o ensino deles. Lembrei-me de uma declaração de certo delegado ao falar sobre o assunto. Para ele os pais são como copos e os filhos como água, assim os pais são agentes de delimitação dos filhos, e caso isso não aconteça os filhos como água se perdem socialmente. Devemos entender que transgressão é ir além do limite estabelecido. Quando isso acontece o filho torna-se passível a correção.
Uma coisa que disse aquela mãe é que ela nunca deveria bater em seus filhos em momento de raiva, muito menos sem lhes dizer o motivo. A aplicação da disciplina não deve ser feita com raiva porque ela não é vingança ou mera demonstração de quem manda, mas de aprendizado e de amor.  Outra coisa que considero importante é que os pais sempre se lembrem que um dia foram crianças, que falharam com seus pais e que ainda hoje falham com o pai celestial. A intenção da disciplina, portanto deve ser a melhor possível.

Níveis de disciplinas

A Bíblia Sagrada é um livro precioso e deve ser bem compreendido neste particular. Ao olharmos em suas páginas nos maravilhamos da sabedoria exposta ali para o nosso ensino e consolação. Nela encontramos diferentes níveis de disciplinas aplicadas a mais diferente transgressão basta olhar para os Livros de Levíticos, Deuteronômio e o Novo Testamento. Eles estão fartos de exemplos desse mesmo princípio.
Hoje nós presenciamos na nossa legislação penal com o mesmo princípio de proporcionalidade da pena no tocante a infração. Por exemplo, há o crime doloso e o culposo em que há a maquinação, intenção má e o culposo que não houve intenção, mas aconteceu por negligência ou ignorância.
Na educação dos filhos os pais devem procurar ser justos, ainda que em algum momento falhem. Não devem deixar as crianças sem esse direito e nem dele abusar. Assim os pais devem entender que a criança normal em algum momento falhará, por exemplo, será negligente com alguma coisa não quererá ir ao colégio, colocará o dedo na tomada depois de ensinado (a) a não fazer isso, não querer tomar banho, se recusar nas tarefas da casa etc.

Diferentes tipos de disciplinas

O coração dos pais devem amar o suficiente os seus filhos para discipliná-los a medida que precisar com todo o cuidado. Lamentavelmente, há pais que não tiveram um lar com disciplina equilibrada e esses maus tratos de alguma maneira acabam sendo transferidos para os filhos. Todavia devemos ter prudência com essa realidade, pois embora deva ser compreendida ela acaba sempre transferindo a culpa para os outros. Lembremos, as pessoas tem a capacidade de escolha, mesmo aquelas que sofreram maus tratos, há muitas que resolveram ser diferentes. Essa mãe que falei acima é uma delas. Agora vejamos alguns tipos de disciplinas:

  1. Admoestação. É uma branda repreensão, trata-se de uma advertência dada em tom de ensino, de conselho. Os pais jamais devem se dirigir aos filhos sem em tom irritadiço, com xingamentos e humilhações aos filhos. Eles tem coração e também ficam desanimados e irados. As vezes os pais acabam produzindo irritação nos filhos. A Bíblia diz o seguinte: “E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”. Ef 6.4. Observe que Paulo também diz coisa semelhante ao cristãos de Colossos “Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados”, Cl 3.21. veja também, Pv 4.10, 4.20; 5.7.
  2. Exortação. É o ato de advertir, essa disciplina é muito parecida com a anterior e até se confunde com ela em alguns momentos. Embora seja num tom brando também ela é mais persuasiva na fala. O próprio Pai celestial se utiliza muitas vezes desse tom exortativos aos seus filhos nos livros proféticos. Paulo utilizando-se da exortação diz o seguinte: “Assim como bem sabeis de que modo vos exortávamos e consolávamos, a cada um de vós, como o pai a seus filhos, 1Ts 2.11. Observe o contexto maravilhoso de um pai ilustrado por Paulo: Ele foi exemplo para seus filhos, 1Ts 2.10; exortava a seus filhos que se conduzissem dignamente diante de Deus, 1Ts 2.11; elogiou a recepção deles em relação a sua exortação, 1Ts 2.13 etc.
  3. Repreensão. É o ato de censurar com palavras, aqui a palavra não é mais branda. A fala branda ocorreu num primeiro e segundo momento, agora a palavra é severa e enérgica. Mas lembre-se sem humilhações e xingamentos, o que seria um abuso de autoridade. Infelizmente parece que muitos pais pulam as etapas acima no relacionamento com seus filhos. Quer dizer, sempre repreendendo-os e falando ríspido com eles. Observe que tanto a repreensão quanto as disciplinas acima tem uma visão pedagógica, o estabelecimento e a manutenção da ordem no lar. Um exemplo de repreensão encontra-se no próprio Deus que diz: “Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo- poderoso”, 2Co 6.17-18.
  4. Castigo físico. Embora o castigo físico seja recomendado pelo Antigo e Novo Testamento, nunca deixou de ter as suas recomendações contra os possíveis abusos, Pv 23.13. Mesmo as marcas deixadas segundo a cultura daquela época eram coisas bem vistas e até uma prova da dedicação e amor dos pais, Pv 27.6. Mas, infelizmente, houve muito abuso ao longo dos anos citando tais palavras das Escrituras. As palmadas no bumbum jamais deveria ser algo diário e constante, levando-se em consideração que há tantas outras medidas disciplinadoras dos filhos. O correto é que tais medidas jamais devem deixar marcas humilhantes para as crianças e que demonstrem própria falta de equilíbrio dos pais. Não resta dúvida que há aqueles que tomam medidas sórdidas em nome da honra, da justiça e da boa ordem no lar a ponto de surrarem, espancarem seus filhos deixando-os profundamente ressentidos, feridos no corpo e na alma. Hoje li uma coisa trágica, uma mãe que queimou a palma da mão de uma filha. Os médicos é que contem as maiores barbaridades cometidas por pais que machucam, quebram ossos, queimam etc dos filhos de pacientes. Por isso que se baixou essa lei, chamada Lei da Palmatória por causa desses abusos. Pessoas cujas casas são casas dos horrores, da intimidação, das pancadas etc.
CONCLUSÃO

Evidentemente, que nos tempos bíblicos havia outras formas alternativas de disciplina dos filhos. Parecidas a que os pais aplicam hoje, essas medidas disciplinadoras devem ser aplicadas no tempo certo da educação dos filhos, entre seis e sete anos. Ou como diz Provérbios, enquanto há esperança, Pv 19.18. No próximo artigo falarei ainda mais das medidas disciplinadoras dos filhos. Querido pai e mãe, espero que tenha lhe ajudado de alguma maneira na sua missão.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O QUE A GLOBO QUER COM A PARTICIPAÇÃO DOS CRENTES NO BBB2012


Quando chega essa época do ano todos sabem que a Globo lança o BBB, ficar apenas criticando o trabalho dos outros nada resolve, precisamos ensinar o rebanho do Senhor a discernir entre o bem e o mal, o que alguns se recusam aprender, Hb 5.12-14. O povo de Deus precisa aumentar em discernimento, isso só acontece com o tempo e/ou com a experiente ajuda de outros homens mais maduros na fé, Ef 4.11-14.

Agora vejamos povo de Deus: É conveniente um cristão assistir um programa dessa natureza? Sabemos que dessa forma qualquer um pode preencher o seu tempo, mas devemos nos questionar: isso trará algum benefício a minha comunhão com Deus? Evidentemente que não. Embora eu tenha o direito de fazer o que quiser com a minha vida, devo fazer bom uso da liberdade que Deus me dá. Aquilo que alimenta a minha apenas a minha natureza pecaminosa, interrompe a minha comunhão e me traz um sentimento de culpa a mim nada acrescentará na caminhada com Cristo. Lembremos das Palavras de Paulo:

Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. 1Co 10.23

Amado irmão e irmã não pense que nós pastores queremos controlar a vida de quem quer que seja. Mas a nós é dada a grande responsabilidade de ensinar “todas as coisas” que Cristo tem mandado, Mt 28.20. Pesa sobre nós o dever de “livrar os que são destinados a morte” como que se dirigem para um matadouro. Por isso insistimos em nome de Jesus que as coisas inconvenientes escravizam, por isso devemos evitá-las. Assim uma pessoa decente deve evitar ser certas programações televisivas tais como BBB, A FAZENDA e afins.

Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma”, 1Co 6.12.

O fato de pessoas que se dizem evangélicas participarem de um BBB não é algo totalmente novo. Mas o que a Globo pretende com isso é alcançar um público diferente do costumeiro, por isso se utiliza da estratégia de trazer a esse programa duas pessoas que se dizem evangélicas. O que precisa ser feito é um boicote dos crentes neste particular, pois o interesse dos que vão ali é servir a Mamon para ver se alcançam alguma coisa. Se as moças participam lá e os crentes dão atenção a isso, a direção da Globo vai aplaudir a audiência, mas nós estaremos ferindo os preceitos bíblicos de santidade.

"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso." 2 Coríntios 6:14-18

Meu povo acorda, que programa ruim! Eles mesmos que produzem a série riem entre si. Vocês que são servos do Senhor tem a unção de Deus, sabem tudo! Precisam apenas seguir a voz do Espírito Santo, o vosso bom pastor. O que eles querem é audiência, audiência e audiência, apenas para se manterem na liderança televisiva. Por isso estão procurando promover um pluralismo religioso, isso é mistura inadequada para a Igreja de Cristo.

Desse pluralismo religioso a Igreja não deve participar jamais. Não devemos confundir os termos pluralismo com ecumenismo. Posto que ecumenismo se trata da reunião daqueles que tem coisas em comum (do latim “ominia communia” e do grego koná, At 2.44), por exemplo, a fé, a Bíblia e a Palavra de Deus. Podemos chamar certos eventos evangélicos onde há crentes pentecostais, reformados, etc de eventos ecumênicos, como por exemplo, Canta Rio, Louvorzão, cruzadas e outros. Nesses temos muitos pontos em comum, mas na mistura de religiões o povo de Deus não deve participar coletivamente por ser propriedade exclusiva dele.

Quero sugerir aqui que com a nova Lei Rouanet sancionada pela Presidente Dilma Roussef (em 11.01.2012), o empresariado evangélico assuma a liderança de investimentos na cultura cristã evangélica e não deixe isso para as grandes empresas que estão de olho nos grandes descontos fiscais dados pelo Governo. Que o empresariado cristão assuma o seu papel, para que depois muitos cantores evangélicos não fiquem nas mãos de segmentos seculares ganhando a custa do trabalho dos crentes e do Governo.

Povo de Deus, não adianta muito criticar. É preciso trabalhar e fortalecer a unidade em Cristo ainda mais.









quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Divórcio - A internet e as redes sociais no banco dos réus - 2ª PARTE

QUEM SÃO OS VERDADEIROS VILÕES DO CASAMENTO?


Na semana passada escrevi sobre a A internet e redes sociais no banco dos réus. Nele vimos o poder que as redes sociais possuem de dar visibilidade aos indivíduos que antigamente não tinham qualquer chance disso. Entretanto essa mesma ferramenta quando mal utilizada torna-se perigosa e até destrutiva do seu próprio casamento. Você pode ler o artigo na íntegra. No artigo atual discorro sobre os verdadeiros e principais vilões de um casamento que são a falta de muita coisa: Falta de honestidade consigo mesmo, falta de um casamento contraído em Deus desde o início, falta de preparo pré-nupcial, falta de preparo emocional (o que é visível pela falta de maturidade em cada um dos consortes), falta de empenho para satisfação das carências emocionais do parceiro, e finalmente, a falta de uma consciência tranquila.

No que tange a vida matrimonial precisamos encarar a verdade dos fatos de frente. Não é responsabilizando aos outros e a sociedade o tempo todo que nos tornaremos melhores. Chega o momento em que temos que ter um encontro conosco mesmo. Outro problema é que sempre queremos corrigir o nosso cônjuge e esquecemos dos nossos próprios erros e defeitos. O próprio Senhor Jesus falou a respeito disso, “Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”, Mt 7.5.


ENCARANDO OS FATOS DE FRENTE

No início do meu casamento com a Noemy eu não a entendia em muitos aspectos, procurava me dedicar ao meu trabalho e a leitura quando chegava em casa. Isso a deixava carente emocional e fisicamente, consequentemente muito chateada comigo. Ela então certa noite resolveu sair para lanchar com seu pai e contar as minhas mazelas a ele. Todavia, ele sabiamente lhe disse: minha filha reconhece os teus próprios erros. Por essa ela não esperava. É Claro que essa é uma parte bem difícil, que se for resolvida teremos êxito matrimonial, mas isso não é fácil não.

Lembremos da história do índio que estava comendo um fruto da floresta estragado e o missionário aconselhou-lhe que não fizesse isso, pois ali tinha muitos bichinhos bem pequenos que poderiam adoecer o seu corpo, mas mesmo assim o índio continuava a comer frutas estragadas. Certo dia o missionário mostrou ao índio através de um pequeno microscópio os tais bichinhos, o índio não gostou nada daquilo. Tomou o pequeno microscópio lançou-o no chão e disse, “não gosto desse aparelho” e saiu andando. Afinal, não é assim que muitos agem?! Todavia, minha esposa veio humildemente e me contou que estivera com seu pai e me pediu desculpas pela sua intransigência e incessantes cobranças. Me lembro que nos concertamos, entre nós e a partir dali experimentamos não só um melhoramento, mas fomos abençoados em muitas decisões que precisamos tomar envolvendo outras áreas da nossa vida.

Quando tomamos a iniciativa de agradar incondicionalmente o nosso cônjuge é uma forma de negar a nós mesmos. Assim ao tomar a iniciativa de um diálogo deve evitar palavras que se desviem do verdadeiro propósito de melhora e cura de um relacionamento. Para isso se deve evitar palavras que despertem discussões inúteis, palavras condenatórias etc.


NO PRINCÍPIO, UM CASAMENTO “FEITO NO CÉU”.

Voltemos ao princípio de um relacionamento matrimonial. Como será que escolhemos uma pessoa para com ela convivermos o resto da nossa vida? Quais foram as motivações que nos levaram a nos unir com essa pessoa? Essas são perguntas que deveriam ter sido feitas quando a pessoa estava prestes a contrair um relacionamento, cujo projeto divino é durar “até que a morte os separe”. Será que procuramos saber a vontade de Deus? Investigamos o que está Escrito na Bíblia sobre esse assunto? Sondamos a opinião de nossos pais e verdadeiros amigos? Muito possivelmente que nada disso tenha acontecido. Quando assim agimos essa é uma forma de nos preparar para o casamento também.

Há várias igrejas que dão cursos pré-matrimoniais e isso também ajuda. Esse princípio em Deus e na sua vontade é sinceramente o esteio para que muitos casamentos se mantenham, pois um genuíno servo de Deus sondará a sua vontade neste particular. Se bem que, neste particular as Escrituras são bem liberais, para casarem-se com quem quiser, “contanto que seja no Senhor”, 1Co 7.39. Esse casamento no Senhor é que os solteiros devem buscar para viver a dois. Escolhendo apenas entre aqueles que servem a Deus, o contrário disso é jugo desigual.

O jugo era um aparelho colocado sobre dois animais da mesma espécie, por exemplo, dois bois para arar a terra. Interessante que mesmo a Lei mosaica previa que na aragem do campo não deveria haver jugo desigual, até por que não há lógica e nem rendimento, Dt 22.10. Quando um fiel busca se casar com um infiel está se metendo debaixo de um jugo desigual e isso será perigoso para a própria pessoa e os filhos que se constituirão a partir desse relacionamento, pois não haverá uma busca harmônica a partir do casal.

Para aqueles que depois de casados tornaram-se crentes em Jesus Cristo, mas tem o seu cônjuge descrente, não devem pensar em largar o seu casamento por questões religiosas, 1Co 7.12. Pois, o descrente é santificado e abençoado pela convivência com aquele (a) que serve ao Senhor, 1Co 7.14. Ainda assim, os filhos desse casamento terão a benção de Deus, eles tornam-se santos. Maravilha isso, não é mesmo?

Porém, quando o inicio de um casamento não é levado a Deus e nele é construído segundo os sábios conselhos de sua Palavra, os cônjuges não tem força para lutar por esse casamento até a última gota de sangue. Um casamento “feito no céu”, é mais fácil de ser mantido ao longo de uma existência. Caso seu casamento não tenha acontecido sob esses critérios, Deus jamais abandonará você a sua própria sorte por isso. Ele é misericordioso e lhe ajudará a concertar aquilo que precisa de acerto, tão somente o busque de todo o coração humildemente. Creia e crendo você achará a solução para a sua vida matrimonial.


FALTA DE PREPARO PARA O CASAMENTO


O preparo para o casamento é de fundamental importância, não me refiro aqui aos preparativos de festas, convidados, comes e bebes. Mas o preparo para a vida em comum do casal. Há aspectos que devem ser conversados na época do namoro e noivado, acertos que devem ser feitos no plano relacional. Aliás, o namoro e noivado foram criados socialmente para o conhecimento mútuo do casal, visando como uma maneira de preparação. Como cristãos esse conhecimento não dá direito a iniciação sexual e é até por isso que o casamento não deve demorar a acontecer.

Quantos casos há que depois do casal se relacionar sexualmente o noivado se desfez? Há também aquela insegurança e mesmo desconfiança gerada do tipo: se ele (a) não se conteve antes de se casar comigo será que vai ser fiel a mim agora que está casado(a)? Há ainda aquele esfriamento sexual experimentado por muitos após o casamento, pois ao se relacionarem antes acabaram por abrir porta a demônios de prostituição para entrarem na convivência do casal. O problema mais sério aí é a dificuldade de arrependimento por ter praticado algo prazeroso, e essa falta de arrependimento abala tanto o matrimônio quanto o relacionamento com Deus impedindo de ter um conhecimento mais profundo dele, Os 3.5.

O diálogo nessa fase é imprescindível, principalmente no noivado em que se declara abertamente a intenção de casamento. Nessa fase se deve conversar sobre como pretendem gastar o tempo, como ganharão e aplicarão o dinheiro, como criarão os filhos ou terminarão os estudos, como se ajudarão mutuamente nas tarefas de casa (caso a mulher trabalhe fora), sexo, etc. Dizer essas coisas para alguns chega a ser desnecessário, mas para outros com certeza nunca ouviram falar disso. Sem querer ser orgulhoso, a minha própria experiência já me confirmou isso muitas vezes. Poucos, bem poucos casais de noivos conversam sobre essas coisas tão fundamentais.


PACOTE EMOCIONAL COMPLETO


Cada qual dos cônjuges através do casamento estará levando para casa, para dentro de sua convivência uma pessoa completa. Nessa bagagem nem tudo será bom, pois cada um tem os seus medos, traumas, enfermidades psicológicas, carências, etc. E é aí que a vida a dois passa pelas mais duras provas.

Quando casei com Noemy éramos bem novos, eu tinha vinte anos e ela dezesseis. Por sermos tão novos sofremos por muitas coisas no campo emocional. Jamais pensei em ser injusto ou tirano com minha esposa, afinal nada me obrigou a casar com ela senão a minha própria vontade e o fato de eu amá-la. Todavia, quando casamos levamos a nossa educação conosco. Assim eu nem percebia o quanto ela ficava carente de atenção, se bem que por ela eu ficaria o dia todo ao seu dispor. Como nunca acordávamos um tempo para isso o problema foi piorando. Por esse motivo ela quase sempre ia passear na casa de seus pais e aquilo me irava muito, pois quase sempre eu tinha de interromper o que estava fazendo para ir buscá-la. Até que um dia fizemos um acordo e assim ela parou de ir frequentemente para a casa de seus pais e eu passei a lhe dar mais atenção. Nessa época eu tive uma ideia, sempre ler para ela alguma coisa que eu estivesse lendo e que achasse interessante, e assim eu fiz. Enquanto ela lavava a louça ou fizesse alguma outra coisa.

Contudo, reconheço que por causa da minha criação agi com muita rudeza com ela. Nunca a agredi fisicamente, mas deixava de fazer pequenas gentilezas inclusive quando ela não estava passando bem. Eram coisas bobas para mim, mas que para ela cujo pai lhe deu todo o mimo, a ofendia profundamente. Por exemplo, quando eu não lhe apanhava um copo com água para tomar um comprimido, ou me recusava a ajudar numa pequena tarefa em casa. Eu queria que ela fosse forte como eu, assim tratava-a como se ela fosse um homem.

Lembro-me que quando ela ficou gestante ela sempre me pedia para que eu comprasse cachorro quente, muitas vezes eu fui altas horas comprar o tal. Mais houve uma vez em que eu estava dormindo e muito cansado e aí ela me acordou e me pediu que eu fosse comprar o cachorro quente que ela tanto gostava. Eu simplesmente disse que não ia, pois já eram duas da madrugada. Então ela ficou chorando e chorando. Hoje eu entendo que toda aquela carência emocional também estava ligada a sua gestação e com certeza eu compraria o cachorro quente para ela.

Acho que provei para mim mesmo que tinha mudado de atitude quando minha esposa teve síndrome do pânico. Nessa fase ela ficou muito fragilizada, chorava facilmente e perdia o sono. Muitas vezes orávamos juntos, várias vezes eu fiquei acordado a noite toda com ela e pedi a compreensão e ajuda dos meus filhos. Enfim, eles compreenderam e todos nos juntamos e lhe ajudamos até que ela foi curada complemente para a glória de Deus.



CARÊNCIAS EMOCIONAIS


Gosto muito da maneira como Gary Chapman trata esse assunto. Chapman diz que todos nós temos um tanque emocional que volta e meia precisa ser enchido, mas que devemos entender o combustível emocional certo que cada um precisa. Esse combustível emocional tem uma linguagem própria que precisa ser correspondido. Creio, sinceramente, que esse conselheiro matrimonial teve uma epifania divina para escrever acerca desse assunto em seu livro: As cinco linguagens do amor.

Neste livro Chapman apresenta as cinco necessidades emocionais que o ser humano tem. Essas necessidades ele chama de linguagens e são elas:

  • Palavras de afirmação em que alguns sentem a necessidade que o seu consorte o elogie sinceramente naquilo que ele faz, a sua beleza, etc.

  • Qualidade de tempo, isto é, dar atenção com qualidade sem dividir com outra coisa, exemplo, enquanto um fala o outro está vendo televisão, ou no computador ou outra coisa.

  • Receber presentes, alguns gostam de receber presentes e se sentem profundamente amados quando isso acontece. Não significa dar presentes caros, trata-se apenas de uma expressão de amor para quem recebe.

  • Formas de servir. Quer dizer, é fazer aquilo que seu cônjuge gostaria que você fizesse, ajudar nalguma tarefa da casa, o próprio Jesus foi um modelo de servir.

  • Toque físico. Um gostoso cafuné, andar de mãos dadas, abraços apertados ou não, relações sexuais, tudo isso faz parte das necessidades de quem possui o “toque físico” como sua primeira linguagem do amor.

O resumo acima é apenas para dar um gostinho prévio do que o livro traz, recomendo a sua leitura insistentemente. Todavia creio que se preenchermos devidamente o tanque emocional do nosso cônjuge, descobrindo qual a sua linguagem estaremos realizados no casamento. Muitos casamentos poderiam ser mantidos se com esse conhecimento e empenho se eles tivessem chegado aos casais.


CONSCIÊNCIA INTRANQUILA

O sentimento de culpa é um grande perigo para o casamento, pois drena toda a alegria da convivência. Afinal, a vida a dois é constituída de momentos bons e ruins, mas muito mais de bons. Mas se nesses bons momentos a pessoa não está em paz consigo mesma por falhas do passado ou deslizes do presente, eles não serão desfrutados plenamente. Por exemplo, se alguém está muito irado e ressentido contra outra pessoa na hora de almoçar os seus pensamentos ficam martelando: ele (a) não podia ter feito isso comigo, que raiva, eu poderia ter dito isso ou feito aquilo. Por mais gostoso que seja o seu suculento contra-filé com batatas fritas essa pessoa irada e ressentida perderá o bom sabor da refeição.

No casamento se a pessoa estiver com algum sentimento de culpa, de igual modo ela desperdiçará o bom sabor da convivência, não sentirá plenamente os momentos bons. Visto que se sentirá indigna, se sentirá sem mérito por que a sua consciência lhe acusa o tempo inteiro. Esse sentimento de culpa pode estar ligado ao cônjuge ou não.

Certa mulher cujo esposo trabalhava a noite e isso incluía finais de semana passou a traí-lo. Assim que ele saía para o trabalho ela colocava os filhos para dormir, avisava a vizinha cúmplice que iria dar uma saída e qualquer coisa que ela desse uma olhada nas crianças. Isso sucedeu por dois anos e seu marido nunca veio a saber, até que ela teve um encontro com Jesus Cristo e abandonou a prática. Certo dia eu estava no gabinete pastoral e a recebi e ela desabou em lágrimas contando-me o seu sentimento de culpa e seu senso de indignadade na convivência com seu marido. Mas graças a Deus ela buscou ajuda e alcançou a cura interior, perdoou-se a si mesma e manteve o seu casamento para a glória de Deus.





sábado, 7 de janeiro de 2012

Divórcio, internet e as redes sociais no banco dos réus


A internet através das redes sociais e outros sites tem sido apontados como desencadeadores de muitos divórcios. Consequentemente ela tem-se assentado no banco dos réus e recebido severas acusações como a principal responsável pela separação de um terço dos casais (através do Facebook). Contudo, seria injusto não admitir os benefícios que ela tem trazido ao fazer ruir muitos governos despóticos e totalitaristas no norte da África, e agora na Síria os protestos e mortes prosseguem.

Antes, a grande vilã do comportamento social, matrimonial e familiar era a televisão e sobre ela escreveu-se muitas matérias. Contudo, isso não significa que a televisão tenha se tornado inofensível. A verdade é que antes da existência dessas maravilhas virtuais as sociedades estavam integradas de forma mais dinâmica e menos virtual. Ainda assim o divórcio existia e era bem recorrente, porém não se compara com o que se presencia hoje em dia. Mas será que a internet, o Facebook e afins são tão nocivos assim a sociedade? Isso é o que veremos nessa matéria.

Depois do próprio dinheiro, a tecnologia tem sido o “DEUS DESTE SÉCULO”, aquele fogo mitológico que Prometeu roubou a ZEUS e o trouxe aos homens possibilitando assim a tecnologia ao homem. O que fez o ser humano esquecer de se preparar para o dia de sua morte, para vida além. Em nenhuma época isso é mais real do que a nossa. Pois a forma vertiginosamente tão rápida com que se lançam novas tecnologias no mercado, torna cada qual lançada obsoletas as anteriores. Isso faz com que muitos considerem também obsoletos os conceitos utilizados para nossa sociedade contemporânea, inclusive o de casamento e família. Tornando esses laços tão fundamentais a saúde de nossa sociedade facilmente substituíveis, por exemplo, caso um relacionamento não funcione troca-se, é descartável, arruma-se outro (a).

Vivemos um tempo profético, lembre-se disso. Quando nos voltamos para as profecias bíblicas, principalmente apocalípticas vemos que João contemplou a Grande Meretriz que reinava, e tinha em suas mãos os reis da terra, e mercantilizava almas entre outras coisas. Babilônia trata-se de um código atribuído a um poder constituído, atribuído a Roma dos dias joaninos, mas também a filosofia e comportamento vivido nos últimos dias, Ap 17-18. Dentre as tantas coisas que a Grande Meretriz se vangloriava era a de mercadejar almas. Para essa meretriz não interessa a preservação da família, o que interessa é o poder, o controle das almas humanas distanciadas de Deus. O que ela oferece em troca “é o espetáculo que se alimenta das intensidades” seculares ou mundanas, tais tem sido as redes sociais em muitos aspectos. Mas ainda que essa visão seja verdadeira a responsabilidade é individual.

A internet, redes sociais e afins tem o poder dar visibilidade aos anônimos. Há uma sede de reconhecimento contida interiormente em que o ser enxerga como a grande oportunidade de satisfação. Antes o que era vivido dinamicamente entre alguns, os fatos da vida pessoal apenas para compartilhado entre parentes, vizinhos e amigos, mas com certa reserva. A não ser, é claro caso essa pessoa fosse famosa, assim fatos e fotos eram mais facilmente tornados público. Porém hoje esses fatos tornam-se públicos por decisão de muitos que os querem assim. Dessa feita, coisas muitos pessoais e prazerosas como frequentar clubes, mostrar fotos com trajes de banho a beira de piscina ou no mar tornaram-se coisa banal. Afinal, não fazem assim os artistas e celebridades?

Jovens, homens e mulheres curtem bastante dar essa liberdade aqueles que acessam as redes sociais de verem suas fotos íntimas, curtindo a valer, sem qualquer problema. Há imagens compartilhadas por homens e mulheres a amigos ou a todos indistintamente nas redes que são bastante sensuais. Agindo assim não se dão conta muitas vezes que tais imagens podem despertar a cobiça na mente de alguns que visitam a sua página pessoal. Parece que saímos do assunto não é? Mas a verdade é que essa exposição exagerada passado algum tempo pode ganhar vida contra o próprio casamento em momentos de crise, ou mesmo gerá-las. Na verdade é possível que tais exposições seja indicativos de que tal crise já esteja instalada no relacionamento, de que certas carências não estão resolvidas.

Essas maravilhas chamadas Msn, Orkut, Facebook, blogs, entre outras prestam grande serviço social e até espiritual, quando bem usadas. São ferramentas poderosas de aproximação de pessoas através de som, imagem e do teclado, em que através do qual alguém pode passar horas a fio conversando e jogando simultaneamente. A internet é esse mundo virtual que aproxima, que dá visibilidade, que entretêm, que comunica abundantemente. Porém se um casal não tiver cuidado crises poderão ser geradas ou acentuadas através dessas ferramentas.

Uma coisa é certa, como ferramenta ela foi criada para o seu serviço e crescimento, mas quando utilizada inadequada, negligente e imprudentemente torna-se um perigo. Por exemplo, uma pessoa fica tempos e horas conversando com alguém que não é seu cônjuge, troca fotos, troca cartões imagine você onde a coisa vai parar? Todos sabemos que adultério não se constituí em ir apenas para cama com alguém que não é seu cônjuge, mas também o é quando se defrauda o marido ou esposa com tempo gasto com outra pessoa. Quantos envolvimentos emocionais e paixões são acesas fora do casamento por uma exacerbada exposição? Muitos, a falta de vigilância e prudência tem levado muitos casamentos ao cemitério da existência.

Como será que essas coisas começam? As vezes alguém encontra um conhecido de infância, colega de escola e aí passa a ter encontros periódicos na internet, quando seus casamentos coincidentemente estão em crise. E aí a imaginação voa, pensamentos mórbidos passam a ser despertados e depois passam a existir no mundo real e então, o casamento se acaba. Para aqueles que tem temor a Deus, parem com isso, não flertem, não defraudem nem traiam seus namorados ou cônjuges, Deus de todas essas coisas é juiz!

Enfim, concluo dizendo que a vulnerabilidade pessoal fica mais evidente através das redes sociais. Mas seria elas as maiores responsáveis pelas crises e divórcios? Claro que não, por mais que as endemonizemos e as condenemos. A raiz do problema está na mal utilização dessa ferramenta, que é a falta de domínio próprio entre outras coisas. Mas que lamentavelmente é tão celebrado hoje.

Aos meus leitores digo, se não houver nenhum imprevisto até terça-feira eu concluirei essa matéria falando sobre OS VERDADEIROS VILÕES DO CASAMENTO.


Em Cristo, Pastor Ronaldo.


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012


OS PERIGOS DE ENTRAR NO TERRITÓRIO INIMIGO

A PARTICIPAÇÃO DE EVANGÉLICOS EM

PROGRAMAS SECULARES OU MUNDANOS - PARTE

No presente artigo apresento os desafios e perigos de se entrar no território do inimigo, traçando assim uma dialética (argumentação) para fazer justiça a um assunto tão controvertido.

Segue-se uma breve síntese daquilo que anteriormente foi comentado e que pode ser lido no blog. Na primeira e segunda parte dessa matéria mostrei que era legítima a participação de cantores evangélicos em eventos mundanos ou seculares, vejamos de que maneira. No primeiro artigo escrevi que essa participação será boa desde que esse irmão tenha essa oportunidade como uma missão a cumprir, e desde que a priori tenha uma postura cristã, o que nem sempre podemos ver. No segundo artigo procurei mostrar o exemplo de Jesus de envolver-se com os mal vistos e renegados pela sociedade judaica da sua época a fim de transformá-los pela sua presença e palavra. Assim, da mesma forma, mostrei que devemos agir com compaixão e cuidado. Agora me aterei ao princípio que deve ser observado, o princípio do cuidado como disse Jesus: “Acautelai-vos, porém dos homens...” Mt 10.17. Vejamos agora os perigos da participação de evangélicos em programas seculares ou mundanos:

O PERIGO DAS EMOÇÕES


Quero que fique claro que jamais agimos como juízes de nossos irmãos, porém devemos aprender com os nossos erros e com os erros alheios também, logo por essa perspectiva os erros assumem um aspecto pedagógico. Ora um perigo mui evidente nesse momento são emoções, quando as extravasamos sempre corremos riscos, principalmente ao se ter diante de si um público visível, vibrante que é tocado pela nossa influência e unção (*1). Num momento de emoção o cantor, ao som de sua música toma uma moça bonita para dançar e se esquece que é a representante de Jesus Cristo, mas também uma voz evangélica representativa. Foi o que aconteceu com o Pregador Luo no programa do Luciano Huck, o que causou certo desapontamento entre os evangélicos.

Nem todos sabem lidar com as alturas de um sucesso repentino ou uma oportunidade meteórica. Assim diante de um público esfuziante, contagiado pela emoção acaba por falar inconvenientes, como lamentavelmente aconteceu a Pastora Ana Lúcia. Ela se expressou no programa Esquenta da Regina Casé fazendo críticas desnecessárias, o que já comentamos no primeiro artigo.

Sejamos honestos, qualquer um de nós podemos falhar num momento desses, todo cuidado será pouco, mesmo um mestre biblicista reconhecido como o Pastor Silas Malafaia. O Pastor Silas numa entrevista concedida há uma semana a New York Times cometeu um certo deslize. Ele mencionou a palavra “vagabunda” para qualificar um artigo intitulado “A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico da jornalista Eliane Brum durante a entrevista, o que deu uma conotação pesada, negativa. Porém, como homem de Deus sentiu-se obrigado a se humilhar, assim, enviou-lhe um e-mail, esclareceu os fatos e pediu desculpas a jornalista e ainda postou no seu Facebook.

(*1) Pv 16.32; 25.28.

O PERIGO DA JACTÂNCIA

Jactância é a glorificação de si mesmo. Ela pode ocorrer de algumas maneiras diferentes, mas o seu fruto é sempre a queda daqueles que fazem suas vitórias um monumento de autoglorificação. A jactância pode ser um orgulho verbalizado, como uma forma de autoafirmação si mesmo. Ou então demonstrada silenciosamente por um olhar de superioridade que fere os outros. Aqueles que se aventuram na fama como cantores e pregadores devem ser autoconfiantes sim, mas arrogantes jamais. Sobretudo a confiança deve estar depositada em Deus, pois a fama passa.

O espírito mundano é sedutor e não demora visitar e tentar os servos de Deus depois de seus sucessos, soprando-lhes em seus pensamentos. E aí eles começam a se achar muita coisa, logo em seguida vem a queda. O espírito mundano é paciente e aos poucos vai enganando o servo de Deus, e então vem os escândalos. Alguns dos nossos valentes e príncipes evangélicos mais distintos tem caído gravemente para vergonha do povo evangélico. Desde os tempos bíblicos isso tem acontecido até os nossos dias, e a verdade é que de alguma maneira todos estamos sujeitos a tropeçar. Lembremos de Pedro que disse, “Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei”.[1] No entanto, ele tropeçou e negou a Jesus.

Não gosto de ser mensageiro de mensagens ruins, mas acontecerá em breve que alguns escandalizarão o evangelho ainda mais. Como já acontece, mas que não tem muita repercussão, entretanto o pessoal que está na mídia esteja atento. Alguns, lamentavelmente, do dia para noite abandonarão seus cônjuges para contrair novos relacionamentos como Caio Fábio. Outros se envolverão com pornografia e promiscuidade como Jimmy Swaggart. Ainda outros e outras com desvios de recursos dos seus ministérios para suas próprias contas bancárias e de seus familiares, como aconteceu anos atrás com pastores que pediam um rio de ofertas nos EUA. Oh, como isso será lamentável, sofrível e até de dor lancinante para os verdadeiros servos de Cristo!!! Escrevo essas linhas com profunda dor no meu coração pela antevisão de um futuro escandalizado para a Igreja do Senhor.

Devemos lembrar das palavras de Hal Lindsey, “Satanás está vivo e ativo no planeta Terra”, e por isso, ele não tem pressa. Mas de uma hora para outra aqueles que não estão em vigilância e oração caem, por causa do espírito deste mundo, por causa da soberba e da própria vulnerabilidade do ser humano, coisa que lhe é tão peculiar. O grande segredo para aqueles que se envolvem em grandes combates é, manter um rigoroso e periódico devocional pessoal.

O PERIGO DAS REPRESÁLIAS DAS TREVAS

Além das alianças em que muitas das vezes são mal feitas, como Josafá e Acabe visando apenas o aspecto do retorno político e financeiro, o que na verdade só trouxe prejuízos. Há as represálias das trevas. Satanás é uma serpente que se recolhe quando o reino de Deus avança, para em seguida dar o seu inesperado bote procurando destruir e anular tudo aquilo que fora feito em nome de Jesus.

Ele perseguirá muitos daqueles que se destacam pondo-lhes tropeços e sempre alcança e enlaça alguns. Lembremos que mesmo Davi foi capturado pelos filisteus e levado para o Palácio real e ali escapou fazendo-se passar por louco. Outros serão escravizados por Satanás exatamente naquilo que censuravam, como uma forma de humilhação cruel, afinal estamos numa guerra. As vezes observo que muitos que estão no ministério itinerante cantores e pregadores que alcançam fama, não tem ninguém a quem prestar contas, ou mesmo desabafar, passam muitas humilhações que não imaginamos. Enfim, não demora muito eles acabam se envolvendo em escândalos. Ora, isso não será diferente com alguns dos que estão envolvidos na mídia televisiva. O grande segredo para se manterem de pé é terem alguém sério que possam ouvi-los e assisti-los espiritualmente também. Acrescentamos, ainda aquilo que já foi dito acima, esses cantores, pregadores e líderes terem um rigoroso devocional como ordenou Jesus aos seus discípulos, Mt 26.41.

Enfim, aqui termino esse alerta principalmente para os crentes em geral, não se desesperem quando os escândalos acontecerem. Embora sigamos nossos líderes, cantores e pastores famosos ou não eles são falíveis, mas temos um compromisso maior: seguir sobretudo as pegadas de Cristo. Isso digo pois, encontramos muitos que depois decepcionados ficam em suas casas e não querem mais ir aos cultos e nem contribuírem com o reino de Deus através da sua presença física e oferta. Assim sendo amado firme os seus pés nas palavras do Mestre de Nazaré.

Um abraço a todos.



[1] Sociedade Bíblica do Brasil. 2002; 2005. Bíblia de Estudo Almeida - Revista e Corrigida . Sociedade Bíblica do Brasil

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A PARTICIPAÇÃO DE EVANGÉLICOS EM PROGRAMAS SECULARES – 2ª PARTE

“A LUZ RESPLANDESCE NAS TREVAS”



Amados qual o conceito de missões vigente nas Escrituras Sagradas? É de luz que faz diferença, luz que resplandesce nas trevas, luz que aquece, que gera vida. Não há sentido de uma lâmpada ser acesa onde há outra lâmpada, a não ser que venha tornar mais claro o ambiente. Jesus é o missionário divino que resplandesce nas trevas da sociedade humana, Jo 1.5. Oh, quanto Ele nos amou a ponto de se manisfestar entre nós como homem! Jo 1.14
Em seu ministério quão incompreendido foi, pois estava sempre do lado contrário daquilo que a religião de seus dias afirmava estar certo. Ele falava com uma mulher samaritana, gente desprezada pelos judeus considerada uma mistura; ele ia a casa de renegados sociais como Zaqueu, o publicano; foi a Levi que veio a se tornar Mateus e autor do Evangelho. O mestre era tão controvertido que não ficava preso aos templos (sinagogas), aliás delas chegou a ser expulso como em Nazaré. Jesus olhava o ser humano e via além das suas profissões, publicanos e meretrizes e com eles se assentava a comer e beber.
Nem mesmo os seus discípulos o compreendiam em sua missão, eles numa ocasião disseram a Ele: “despede-a pois que vem clamando atrás de nós”. Entretanto, Jesus não despediu aquela mulher (siro-fenícia) que procedia de uma mistura de etnias, antes a abençoou. Hoje não raro muitos não entendem o que é evangelização urbana e em meio a uma elite entregue a si mesma. Agem apenas como seus juízes lhes lançando o pecado em rosto e lhes apontando o inferno. Jesus não fez assim nos seus dias, Ele se envolveu com eles, assumiu riscos, foi perseguido e chamado de demônio por ter uma mensagem e comportamento heterodoxo aos seus dias. Ele assim agiu, pois sabia que não havia outra maneira de transformá-los.
Lembremos que seus discípulos não entendiam o seu agir, como conversava Ele com uma samaritana? Como Ele fazia questão de receber e abençoar crianças? Como Ele aceitava que uma mulher de conduta duvidosa beijar-lhes os pés e regar-lhes com lágrimas? Como poderia Jesus aceitar um convite para uma festa na casa de um renegado publicano? Como poderia Jesus receber um principe dos judeus e agente da Suprema Côrte Judaica a noite? A resposta é Ele simplesmente amava as pessoas e enxergava nelas uma preciosa alma que precisava de salvação.
Assim do mesmo modo Ele disse aos seus discípulos, “assim como o Pai me enviou, eu envio a vós” Jo 20.21. Mas muitos não vão, apenas ficam na equipe do criticismo, não patrocinam nada e
ainda impedem os outros irem. Suas palavras são flechas certeiras para ferir e matar aqueles que se dispõem a enfrentar a arena evangelizatória de classes mais altas e artistas, e afins. Presunçosamente arrogam que tenham aprendido alguma coisa com os antepassados, mas não com o Cristo humilde, ousado e amoroso dos pobres e de todos indistintamente. A Luz é para fazer diferença, esse é o conceito de missões vigente na Bíblia Sagrada.