COMO
A MIDIA MANIPULA AS MASSAS
[1]Olavo de Carvalho
Texto adaptado para leitura por
Ronaldo Batista Pereira.
Muitas coisas não são discutidas na
grande mídia, como ela foi toda comprada por cinco ou seis grupos, então você
tem a uniformidade total da mesma. Que é outro fenômeno que a maior parte das
pessoas não se tocam, muitos ainda estão no tempo de falar do viés da mídia. Mas isso aí já passou
faz tempo, isso já foi há muito antigamente. Agora não é questão de um viés, a
questão é que a mídia inteirinha se tornou um instrumento de engenharia social,
ela não tem mais nada a ver com a difusão de informações, nada, nada, nada...
Ela tem a ver com o controle do fluxo
de informações, calculado para produzir certos resultados sociais, calculados
para produzir certos comportamentos padronizados. Mas aí agente observa desde o
momento em que isso começou que, a facilidade de mudar condutas do povo
americano se tornou realmente uma coisa fantástica, em uma velocidade incrível!
Em dois meses você faz as pessoas mudarem de atitude e adotarem um novo valor, uma
nova atitude como se fosse da vida inteira! Isso aí é como um sujeito que
conheci no Brasil, fazia seis meses que ele estava praticando surf, e aí ele
disse o seguinte: O surf é a minha vida. Então lhe perguntei: Se ele é a sua
vida, antes disso, onde ele estava antes? RISADAS. Como ele pode ser a sua
vida? Quer dizer que antes você não estava vivo? Estavas num estado de animação
suspensa? Ou você nasceu naquele momento (do surf)?
Essa é uma nova moda que impregna a
cabeça da pessoa com tamanha profundidade que fica acreditando naquilo, mas
profundamente! Você quer ver uma coisa em que todo mundo acredita? É num tal de
“secondhand hand smoker”, o fumante passivo, que é uma coisa que não existe,
pois não se tem o menor, menor, menor indício que isso exista! E no entanto,
todo mundo acredita. E isso é repetido o tempo todo! Também quando decidiram
trocar a palavra “christhima’s” por “Holidays”. É claro que a maior parte da
população não aceita, mas a mídia continua a insistir e insistir em: “Holidays,
holidays, holidays”. Isso quer dizer que o hábito popular perde a legitimidade pública,
ainda que 99% da população fale christima’s isso ao só vale popularmente e na esfera
[2]doméstica,
na esfera pública, onde todos tem acesso ao mesmo tempo o negócio está banido. Isso
hoje em dia é a coisa mais fácil de fazer.
Então, se você ouvir em viés da mídia
ou distorção noticial, isso aí é um eufemismo. E isso se aplica inclusive a mídia
do Brasil, que se tornou em instrumento de engenharia social e só! Ou seja, é
um instrumento feito para controlar o seu comportamento. Isso quer dizer que se
você simplesmente usar como fonte de informação: Folha de São Paulo, Estadão, o
Globo, Tv Globo você se fazendo de trouxa mesmo! Quer dizer, você está se
submetendo a engenharia social.
A lavagem cerebral é um sistema
inventado pelos chineses, um sistema de doutrinação maciça intimidatória, mas o
sujeito pelo menos sabia no que estava sendo doutrinado. Então por exemplo o
sujeito era forçado a ouvir discursos imperialista vinte e quatro horas por
dia, até quando estava dormindo. Mas ele sabia qual era o conteúdo daquele
discurso, ele sabia que era propagando comunista. Então simplesmente a
repetição obsessiva quebrava a resistência, mas o que você vê hoje não tem nada
a ver com esse processo. A coisa não é passada para você como doutrinação, nem
como lavagem cerebral, nem como coisa nenhuma. É passado como se fosse um
noticiário como se fosse uma coisa inócua (que não causa dano ou prejuízo).
Com pouco tempo desse tratamento, em
três meses desse tratamento as pessoas se tornam incapazes de julgar as
questões objetivas mais óbvias! Por exemplo, digamos que na discussão da PL122,
o pessoal religioso reclamou da dona Matha Suplicy que disse: “É de fato vamos
rever (a PL122), pois não é justo impedir que as pessoas religiosas falem o que
elas quiseram dentro dos seus templos”. E o pessoal está achando isso ótimo. Mas
espera aí! Falar dentro dos seus templos, isso aí é o modelo iraniano de
liberdade religiosa. Você só pode falar coisa dentro do seu templo, se você
falar fora vai preso! E é isso que está sendo adotado no Brasil, e o pessoal
está achando que ainda é uma concessão! Logo, isso é uma técnica de engenharia
social que se chama PÉ NA PORTA. Isso está explicado no livro do Pascoal
Dornadellas, Maquiavel Pedagogue. E já é uma coisa bem antiga, usado pela Onu
no mundo inteiro. Você faz uma proposta que é nitidamente ofensiva, insultuosa
e inaceitável. Daí todo mundo reclama, e daí você entra com uma segunda
proposta, que é o que você realmente quer. E daí todo mundo aceita!
Funciona mais ou menos assim, você se
aproxima de um cara e diz: Me empresta mil reais. Ele responde taxativamente:
Ah, não posso de maneira nenhuma! Então você diz: então me empresta dez. O cara
diz: Tá legal, você está me devendo dez, toma aí. Isso foi testado e (82%) oitenta
e dois por cento da população cai. Testaram isso na França da seguinte maneira,
chegaram com um cartaz enorme dizendo: Nós somos do departamento de trânsito e
temos esse cartaz, nós gostaríamos de colar esse cartaz aqui na porta de sua
casa. Mas o cartaz tapava toda a fachada da casa. O morador então falava: Não,
isso é um absurdo vai tapar a fachada toda da casa. Logo eles pediam: Então,
será que o senhor não poderia permitir colocarmos esse aqui pequeno de 50cm x
50cm? E o proprietário respondia: Ah, pois não, esse pode por! Assim, em
oitenta e dois por cento dos casos isso funcionou.
Conclusão, tudo isso é engenharia
social gente! Tudo isso é calculado de antemão. Isso é uma obra tecnológica
usando a mentalidade das pessoas como se fossem porcas e parafusos para montar
uma máquina. E as pessoas cedem, e ainda estão discutindo, veja, por exemplo, a
palavra doutrinação. As pessoas ainda usam essa palavra nas escolas, isso não
está correto, não é mais doutrinação. Pois doutrinação é a propaganda de uma
doutrina que você sabe qual é. Isso aí é outra coisa, completamente diferente –
manipulação de informação. A manipulação de informação é diferente, espiral do
silêncio também.
Rio, 08/02/2014.
[1]
Extraído de sua palestra no You Tube em 08/02/2014: http://www.youtube.com/watch?v=fVJjCTxdn7A&list=PLAUhBnrJnJCdmcQhMTAl8yeaMiRaPFsKV
[2]
Em linguística e também na análise do discurso isso faz parte da gramática ou
fala prescritiva em que o dominante exige que usem a linguagem escorreita, a
linguagem formal.