terça-feira, 18 de junho de 2013

É LÍCITO A UM CRISTÃO PARTICIPAR DE PASSEATA?





1 Não espalharás notícias falsas, nem darás mão ao ímpio, para seres testemunha maldosa. 2 Não seguirás a multidão para fazeres mal; nem deporás, numa demanda, inclinando-te para a maioria, para torcer o direito. 3 Nem com o pobre serás parcial na sua demanda. 4 Se encontrares desgarrado o boi do teu inimigo ou o seu jumento, lho reconduzirás. 5 Se vires prostrado debaixo da sua carga o jumento daquele que te aborrece, não o abandonarás, mas ajudá-lo-ás a erguê-lo.[1]
(Êxodo 23.1-5)

Eu desde a minha adolescência ouvia e ouço que, um cristão não deve participar de uma passeata, porque a Bíblia orienta assim. Particularmente, já li a Bíblia algumas vezes e nunca tinha lido algo a respeito que fosse contrário a esse tipo de conduta popular ou manifestação. O grande estadista Moisés regulamenta o assunto no Livro de Êxodo e há ao longo do Antigo e Novo Testamento registros de vários tipos de manifestação popular, que não comentaremos aqui, pois fogem ao objetivo desse artigo. Mas afinal é lícito a um cristão participar desse tipo de manifestação? Vejamos então.
Comecemos do início, o que vem a ser uma passeata? Vejamos o que o Aurélio diz respeito. Substantivo Feminino que 1) Significa pequeno passeio; volta, giro. 2) No português brasileiro significa marcha coletiva em sinal de regozijo, reivindicação ou protesto cívicos, ou de uma classe; caminhada. Agora vejamos no Dicionário Houaiss: Substantivo feminino que indica 1) ligeiro passeio, giro, volta; 2) No regionalismo do Brasil: Marcha coletiva empreendida por grupo ou categoria para realizar protesto, reindicação, manifestação de solidariedade etc., ou para expressar regozijo por alguma coisa; caminhada.
Como se pode perceber não há nenhuma diferença substancial entre os significados demonstrados em ambos os Dicionários. Faremos uma análise sumária a partir dos sentidos acima expostos:
Passeata é um passeio ligeiro, de curta duração. Um andar coletivo, por exemplo, no Rio de Janeiro, seja na Av. Presidente Vargas ou Av. Rio Branco é um passeio que de modo individual ou coletivo não demorado, mas rápido. Nesse sentido, tudo bem.
O outro sentido é de marcha coletiva em sinal de regozijo por alguma coisa. Quanto a isso não há nada de regozijo, mas também não significa que os que fazem passeatas no momento estão amargurados e totalmente infelizes. Porém, não é nenhum carnaval e nem tem bandeiras partidárias.
Passeata é a reivindicação ou protesto cívico. Quanto à reivindicação é o que a passeata quer demonstrar, uma demanda que protesta e reprova de modo pacífico, mas veemente o aumento abusivo das passagens dos coletivos. Esse aumento foi de R$ 0,20 (vinte centavos), mas não é apenas isso. Há uma imensa insatisfação no povo brasileiro que vê suas economias pessimamente administradas. Há um descontentamento generalizado pela corrupção que assola o país por meio das obras superfaturadas dos estádios de futebol e demais obras públicas. A maneira como tratam o dinheiro público exigindo o máximo do povo em troca de cestas básicas e dando-lhe o pior atendimento nos hospitais.
Passeata é uma caminhada. De fato é uma caminhada de curta duração, mas uma caminhada de repudio a esse sistema viciado que é, um devorador em que não há dinheiro que chegue. É um manifesto político sem bandeira partidária, pois se trata de uma reação da coletividade que não aguenta mais tanta sordidez de políticos, juízes e demais funcionários públicos inescrupulosos. Políticos que negociam seus votos e seus favores a uma minoria que só quer ganhar sem trazer benefícios na saúde, nos portos, nas estradas, na educação etc.
Agora retornemos ao ponto de origem, quanto à licitude de o cristão participar ou não de passeatas. Penso que pelo bom senso, o exposto acima já diz por si só, e o cérebro recebemos para pensar. Todavia, vamos lá. A Bíblia é um livro que expõe e prega o princípio da verdade e repudia a exploração e corrupção. Ela está recheada de denúncias aos reis, políticos e juízes ao longo de sua narrativa histórica e profética. Ela demonstra como indivíduos e o próprio povo foi injustiçado e explorado muitas vezes. A temática bíblica está em torno da verdade e da justiça que deve ser buscada e aplicada cotidianamente. Isso é tão sério que Moisés determinou que: “Não espalharás notícias falsas, nem darás mão ao ímpio, para seres testemunha maldosa”, Ex 23.1. Basta uma notícia para se ter resultados imprecisos, manipulados e injustos.
Vamos agora ao que a Bíblia diz a respeito de passeata: “Não seguirás a multidão para fazeres mal”, Ex 23.2a. O texto diz, “Não seguirás a multdião...” e muitos com quem conversei a respeito param aí, mas o texto continua: “... para fazeres”. Nenhuma multidão deve ser seguida se ela tem como finalidade clara de fazer mal, mas que tipo de mal? Se formos até aí no texto, ficaria muito vago o entendimento, mas o texto prossegue. Ele continua: “nem deporás, numa demanda, inclinando-te para a maioria, para torcer o direito”. Fazer “o mal” é esclarecido como “torcer o direito” de alguém, e isso é anticívico e antibíblico. Mesmo que tal reivindicação seja de uma maioria, mas se for algo injusto seria ilegítimo, ilegal e até pecaminosa uma passeata assim.

Devemos nos lembrar que quando os filhos de Israel saíram do Egito e se fixaram em Canaã tinham uma noção clara de pertencimento a uma nação e a civilidade. O próprio sistema legal deles é uma herança a toda humanidade neste sentido. O cidadão israelita não poderia se unir a uma multidão para torcer o direito de quem quer que fosse, ainda que fosse de uma minoria, pessoa pobre ou rica. Ningém tem o direito de se beneficiar pelo fato de ser minoria ou pobre, mas a justiça e medidas justas são para todos. Além da Bíblia o cidadão cristão tem a Constituição Federal que lhe diz acerca de participação de reuniões públicas:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Assim concluímos que os cristãos participam sim de reuniões desde que a causa e motivação sejam justas. Entretanto, o cristão verdadeiro não se une a baderneiros, que depedram o patrimônio público ou provoquem os policiais, apenas exerce o seu direito como cidadão.








[1]Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada - Com Números De Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, 2003; 2005, S. Êx 23:5

segunda-feira, 17 de junho de 2013

PROTESTOS – "ONDE ESTÃO OS JOVENS"?


PROTESTOS – "ONDE ESTÃO OS JOVENS"?

Lembro-me do meu professor de Sociologia na Faculdade quando fez certa pergunta: Onde estão os jovens que não são mais ativos politicamente como no passado? Segundo ele, com essa pergunta em mente pôs-se a buscar resposta e encontrou. A conclusão daquele professor foi: Os jovens estão na internet, nas redes sociais e nos joguinhos de computador. Todavia, os jovens desses últimos dias tem mostrado um perfil diferente nas grandes capitais desse país através dos protestos recentes.

É evidente que os jovens estão na vanguarda desses movimentos como se vê nos noticiários. A maioria deles são trabalhadores, jornalistas, trabalhadores comuns que deixam seus lares cedo. Mas juntos com os veteranos têm sentido arrochados por uma dívida do Estado que se arrasta há décadas. A má qualidade dos transportes públicos e os preços exorbitantes de suas passagens.

Será que alguém parou para contabilizar o desgaste que representa andar nesses transportes públicos? Viajar bem cedo nesses transportes como se fossem latas de sardinha, mesmo a entrada neles para não perder o horário representa uma luta pela sobrevivência. Se caso pusessem muitos empresários e políticos nesses transportes precários, muitos deles se desesperariam. Penso que se eles fossem obrigados a seguir a rotina dos trabalhadores por uma semana, seria um ótimo aprendizado e rapidamente mudariam suas posturas indiferentes e dinheirista.

Todavia, eles permanecem nas suas torres de marfim dando ordem e engordando as suas contas. O governo por sua vez nada tem feito para minorar a dor dos trabalhadores e inclusive tem assumido uma linha de oposição. Ouvimos de uma censura clandestina ditatorial, em que sinais de celulares e internet têm sido cortados impedindo coberturas em protestos para que não se vejam o que de fato está acontecendo. O protesto é um direito assegurado ao cidadão pela Constituição Federal. Na verdade, na qualidade de Estado Democrático de Direito todos podem reunir pacificamente sem armas. Ninguém deve ser impedido de mostrar o que pensa e protestar quando se sente prejudicado em alguma coisa. Porém o que se vê é repressão!

Por outro lado a onda de protesto traz consigo não apenas a demonstração de descontentamento pelo preço das passagens, mas o descontentamento com o momento presente. Para a realização da Copa em 2014 obras necessárias têm sido realizadas e tantas outras estão andamento, porém todos sabem como o dinheiro público tem sido mal administrado, enquanto a vida continua e há várias outras necessidades simultaneamente. Logo os protestos das passagens tem ido além de meros R$ 0,20. Apesar dos índices de elevação de preços subirem de maneira injusta e até exorbitante nesses últimos anos, tendo em vista a precariedade com que os passageiros são atendidos.

Penso que nesses dias aquele doutor de quem falei no início desse artigo, aquele que nos dava aula de sociologia, deve estar satisfeito. Possivelmente, porque ele se lembra da década de 1960 em que os jovens atuavam muito politicamente. Hoje outros jovens se levantam contra a corrupção, pois “ou os corruptos param ou então o Brasil pára”. Eles são a verdadeira “corrente pra frente” que não aceitam mais os desmandos com o dinheiro público. É isso aí, como cantou Gonzaguinha, “Fala Brasil, solte o fogo do teu coração”.




quarta-feira, 12 de junho de 2013

O REINO E O CONHECIMENTO DE DEUS EM NOSSOS DIAS

"Cresçamos na graça e no conhecimento do Senhor e Salvador Jesus"



O Reino de Deus é um reino de poder, embora quase não se fale a respeito disso, mas é uma verdade. Reino refere-se a um domínio, autoridade ou poder, e no que respeita ao Reino de Deus não podemos inicialmente comparar com o reino dos homens. Pois os reinos humanos são caracterizados por despotismo injusto, arbitrário e abusivo. O Reino de Deus é um reino de poder, mas dotado de leis justas e equilíbrio.

Nos dias de Jesus muitos aguardavam um governo físico, político e punitivo dos inimigos dos judeus. Todavia, Jesus os contrariou ao dizer que o Reino de Deus está nos corações, Mc 9.1; 1Co 4.20; 1Ts 1.5. Com isso Jesus estava corrigindo a perspectiva quanto à vinda do governo político de Deus, colocando-a no futuro, mas afirmando-a de modo interiorizado no presente.

Certa feita, Napoleão Bonaparte, grande conquistador, quando estava exilado afirmou que o Reino de Cristo é o maior reino de toda Terra. Isto porque Ele governa a partir dos corações humanos, não pela força. Contudo, não significa que no governo messiânico não haverá coerção tanto dos demônios quanto dos homens. Porque escatologicamente o seu governo será de paz.

Paulo ao dizer que o reino de Deus não consiste em palavras, a primeira vista parece que ele está se contradizendo. Porém, ele referia-se a meras palavras humanas, promessas não cumpridas, palavras de sabedoria humana ou ensoberbecidas em que não há a participação de Cristo, 1Co 4.16-20. Tais palavras não manifestam o Reino e conhecimento de Deus, que deve estar internalizado nos corações.

Acerca de como se adquirir conhecimento de Deus, ao homem é concedido duas maneiras principais. A primeira, por vias naturais como a inteligência, consciência, natureza, etc. E a outra maneira é pela fé.O conhecimento por vias naturais embora seja verdadeiro é limitado para o desenvolvimento de uma comunhão com Deus e da própria salvação, etc., Rm 1.18-22.  Todavia, o homem regenerado recebe uma nova compreensão que vai além da compreensão alcançada através dos seus sentidos, porque ela é procede da fé. Tal conhecimento a respeito de Deus, da salvação, da eternidade, etc., acontece por meio da constante renovação de sua mente, Rm 12.2; Ef 4.22,23.

O regenerado se esforça na aquisição do conhecimento de Deus e de Cristo, pela fé baseado na revelação das Escrituras Sagradas, que possibilitam salvação, comunhão e um conhecimento mais profundo de Deus, Cl 3.10. A nova criatura verdadeiramente busca e continua essa busca ao longo de toda a sua vida, como escreveu Oséias: “conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”, Os 6.3; 2Pe 3.18.


Infelizmente grande parte da cristandade atual não se dedica a conhecer a Deus e a seu Reino. Temos como exemplo disso, muitas escolas bíblicas dominicais vazias, seminários caminhando precariamente e cultos de ensino (doutrinário) com pouca frequência. A regeneração abre a porta para esse conhecimento que vem do arrependimento, da comunhão e de novas experiências, evidentemente experiências com Deus. É necessário, porém que haja esforço nessa busca do Reino e de conhecimento de Deus. Então, que “cresçamos na graça e no conhecimento” como escreveu o apóstolo Pedro.

terça-feira, 11 de junho de 2013

FAMINTOS E SEDENTOS

"E lhes fez a seguinte advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara". Lc 10:3


A seara da qual falava Jesus é constituída de pessoas famintas e sedentas de Deus. Ainda que não percebamos, ainda que o homem demonstre o contrário e ainda que o homem afirme que não queira Deus. A verdade é que no fundo de seu coração, o ser humano precisa e anseia por Ele.


Quem pensou que o homem só buscaria Deus por causa de suas necessidades temporais e caso elas fossem satisfeitas este ser esqueceria-se dele, se enganou. Visto que, "nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus", Mt 4.4.

Pense como a ciência se multiplicou nesses últimos anos, lembre-se que a comunicação em quase todo o lugar do globo é possível, não se esqueça dos avanços de pesquisas médicas. Tudo isso tem sido feito, para tornar o nosso mundo melhor e em muito ele tem melhorado. Mas ainda assim o homem precisa de Deus. 

Se Jesus Cristo vivesse em nossos dias, ele diria novamente que a seara é grande e precisa de trabalhadores, porque apesar de todo o secularismo a fome, a busca do homem por Deus continua. Isso é intrínseco a criatura cujo desígnio foi voltar para o seu Criador e nele encontrar o preenchimento, a alegria e a paz interior tão desejados.

Abraços a todos

sábado, 8 de junho de 2013

PROFESSORES SÃO HUMANOS


Os professores são humanos, têm defeitos e virtudes, os professores são humanos que se vestem e se calçam. Mas quantos professores têm dificuldades nessas coisas básicas! Investe-se em milhões de reais em materiais inadequados para crianças em nome de uma política suja, pornográfica e erótica, mas não se investe nesses profissionais que são manipulados a distribuírem essa imundície em algumas escolas.

Os professores são humanos por isso tem sentimentos, ora sorriem e ora se aborrecem. Eles são tão humanos que têm famílias por isso são profissionais do ensino e precisam levar algo para casa. Mas quantos professores têm recebido tratamento desumano por meio de palavras e tem levado para casa apenas cansaço e insatisfação.

Professores são humanos e trabalhadores por isso arcam com a dor de educar além de passar mero conteúdo. Eles não são substitutos dos pais, mas quantos professores têm ajudado a educar, sem nunca receberem um obrigado.

Professores são seres vivos por isso existem, se movem e se reproduzem, por isso precisam de incentivo, carinho e respeito. Mas quantos professores são tratados como alienígenas ou fantasmas, recebendo depreciação, desamor e desrespeito. Quantos recentemente têm sido desrespeitados, depreciados, xingados e agredidos por alunos e pais.

Professores que chegaram a serem professores precisam de além de respeito, dignidade. Vida digna consiste em vestir-se, calçar-se, alimentar-se e investir em si mesmo como profissional. Mas quantos professores têm um salário base que atende tão precariamente as suas necessidades. Que o governo repare esse mal, pois é seu dever constitucional.

"Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra" - Romanos 13.7.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

O LEVIATÃ DA IMPRENSA BRASILEIRA


(Parcialidade iníqua da imprensa)

Leviatã é um monstro descrito na Bíblia Sagrada como grande, terrível e que as pessoas estremessem diante dele. Ele aparece no Livro de Jó capítulo 41 assim descrito, mas Thomas Hobbes descreveu como sendo o Estado em 1651. Eu no entanto, apresento um pensamento diferente, o grande monstro tem sido a imprensa brasileira oportunista, vendida e demagógica. É claro que não se pode generalizar tanto, mas notícia com profissionalismo e seriedade precisa muito se garimpar para achá-la.
Viva a liberdade de imprensa! É o que poderíamos comemorar, ao contrário de outros países que não tem tal liberdade. Sabemos que há países que controlam rigorosamente todos os meios de comunicação. Lembra-se de Cuba, quem sabe Coréia do Norte ou China? O Estado assume de tal forma o controle que não resta liberdade de imprensa e política. Mas não é o que acontece no Brasil, aqui bradamos: “somos um Estado democrático de direito!” Mas de verdade para achar comunicação séria nos meios modernos e comuns, tem-se garimpar e garimpar muito. Além do mais tudo passa pela lente política de cada instituição dos meios de comunicação, com os seus acordos etc.
Alguém definiu a imprensa neste País, há certo tempo atrás de maneira caricata dizendo que ela era a quarta força armada, primeira era o Exército, depois a Marinha, seguida pela Aeronáutica e por último a imprensa. Não acreditei nisso. Ela tem sido uma ferramenta nas mãos de quem a tem. Por isso temos visto tanta sandice. Informação é poder nas mãos de quem a tem, e quem tem negocia. Temos uma ilustração clara dessa falta de seriedade no filme Tropa de Elite 2, em que a jornalista Clarinha faz uma investigação e acha um furo, mas sendo descoberta perde a vida. O jornalista apresentador que esculacha os bandidos aparece numa churrascada com a galera do mal, a mesma que ele condena. Tropa de Elite 2 é uma denúncia de demagogia explícita dos meios de comunicação.
Fico muito desconfiado quando uma emissora começa a fazer várias denúncias contra desmandos ligados a instituições públicas. Penso e logo acho que existe tal denúncia apenas para se favorecer em algum ponto que não sei. Ou alguma coisa do tipo “para inglês ver” neste mundo tão cênico, tão teatral. Penso que devo duvidar "destas" boas intenções, afinal o conhecimento segundo Descartes vem da dúvida, seja como for devemos desconfiar. Pois esses meios de comunicação são tão esquizofrênicos que não dá pra confiar mesmo.
Há um rombo enorme em termo de comunicação visando com a pouca informação, ou com a informação manipulada chegar a certos resultados nada democráticos, porém sim manipuladores. A parada gay teria três milhões em São Paulo não passou de 220 mil, mas foi tão bem noticiada não é mesmo? O GRANDE LEVIATÃ dos grandes jornais impressos, televisivos e virtuais noticiou com bastante vigor e muita purpurina.
Por outro lado os jornais não divulgaram com o mesmo interesse a parada evangélica no dia 05 de junho em Brasília. “Acho que eram evangélicos, por isso não mereciam destaque”, afinal de contas eles se posicionam contra o ativismo gayzista que pretende a supremacia no mundo. Os ativistas gays querem super privilégios, os outros homoafetivos não.
Há outra coisa que pelo mesmo motivo eles não divulgam senão aquelas notinhas de canto de jornal, ou uma foto bem destacada apenas, já basta não é verdade? Trata-se das marchas para Jesus que crescem a cada ano. Contudo, considero-me feliz então digo: Viva os blogueiros, viva o You tube, viva o Facebook, isto é, viva a imprensa informal, séria e comprometida com a família brasileira! E aqui finalizo, independente de cor partidária e posicionamento político.




segunda-feira, 3 de junho de 2013

FECHE AS JANELAS E BATA A PORTA



Numa pesquisa sumária acerca dos olhos na Bíblia descobri quase seiscentas ocorrências desta palavra. Evidentemente que esse fato demonstra a importância que as Escrituras dão a este indispensável órgão dos sentidos – a visão. Não é a toa que desde há muito tempo alguns denominam os olhos como as janelas da alma.  Considerando que através de janelas entram luz, calor e belas paisagens; os olhos são um canal em que a alma desfruta desse contato maravilhoso com o mundo físico. Por isso com muita justiça escreveu o sábio, “os olhos não se fartam de ver”, Ec 1.8. Todavia não esqueçamos que em janelas abertas nem sempre o que por elas entram são desejáveis.
Outro dia entrou pela janela lá de casa uma mariposa enorme e nos causou certo incômodo. Aliás, na casa de quem uma nunca entrou pela janela uma dessas e começou a bruxulear ante a lâmpada? Creio que na casa de todos. Noutra ocasião saí de minha casa e esqueci a janela do quarto aberta e assim ventou e choveu molhando a cortina e parte da minha cama. Como disse nem tudo o que entra pela janela, se não tivermos cuidado são coisas boas. Muitas vezes é oportuno fechar a nossa janela e assim devemos fazer com os nossos olhos, as janelas de nossa alma.
A curiosidade costuma ser uma grande armadilha para os olhos. Contam que em certa cidade de Minas, de determinado porte, havia um ajuntamento de pessoas. Sabendo que ali ocorrera um atropelamento um homem desejoso para ver, decidiu romper a multidão e se pôs a pedir licença, empurrar a um, e a empurrar outro, pedia desculpas e licença porque o acidentado era o seu parente. Quando finalmente chegou próximo à vítima viu que era um burro que fora atropelado, e por sua curiosidade incontida passou uma enorme vergonha. Pois dissera que quem ali estava era seu parente. A curiosidade é assim se formos sem cuidado, ela é capaz de nos impor humilhação, vergonha etc.
Pessoas sábias tem muito cuidado em selecionar o que vêem. Expor os olhos a tudo apenas porque esta é a função da visão, ou meramente pensar que os olhos como dizem alguns “são para ver” isso é insensatez, Pv 17.24. Os olhos foram postos na cabeça bem próximos ao cérebro, sede do pensamento e das emoções, e é através deles que o cérebro enxerga o que está ao redor. Logo o enxergar está diretamente ligado ao pensar e sentir, assim como nem tudo o que entra por uma janela é desejável, de igual modo são as coisas que entram através dos olhos. Há momentos que precisamos fechar as nossas janelas imediatamente, e ainda, colocar para fora o indesejável que entrou.
É um risco tremendo para quem ocupa determinado cargo público, administrativo e financeiro permitir que seus olhos sejam expostos a determinadas coisas passivamente. O grande risco de prevaricação começa no ver, depois no cobiçar e em seguida no lançar mão indevidamente naquilo que não lhe pertence. O Rei Davi passou por esse tipo de tentação e resolveu fazer uma redação para que isso fixasse para sempre em sua memória: “Não porei coisa injusta diante dos meus olhos”, Sl 101.3ª. Ele o homem da aliança com Deus não queria corromper a sua administração e cair no desagrado e reprovação divina. Assim ele tomou medidas para impedir tal coisa.
É claro que ele estava falando de pessoas de má conduta, de má índole capazes de manchar a sua administração, pois ele diz: “aborreço o proceder dos que se desviam; nada disto se me pegará”, Sl 101.3b. O Deus da aliança é santo e tudo lhe pertence, logo quem se afasta para entrar num caminho de corrupção não seria mais tolerado diante do Rei. Presenciar determinadas coisas e se omitir, ou se fazer como se nada soubesse não remove o delito e nem a culpabilidade de consciência de quem está investido de autoridade. O mal além de ser evitado deve ser aborrecido, detestado; logo não mais estaria diante dos olhos do servo de Deus.
Talvez o leitor ainda não esteja convencido de que Davi não tenha passado por isso. Para ter tal certeza basta ler todo o Salmo 101 e toda dúvida se desfará. Note que Davi quer ter uma gestão honesta, uma administração aprovada por Deus, dessa forma os seus olhos estão atentos para um determinado tipo de pessoa. É praticamente impossível um Rei, governador, sacerdote ou outro executivo não saber que há falcatruas na sua gestão. Por isso os olhos de Davi se puseram a trabalhar na seleção de quem com ele conviveria e o serviria: “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda em reto caminho, esse me servirá” Sl 101.6.
O sucesso de um líder é determinado pela capacidade de escolher muito bem os que hão de compor a sua equipe de trabalho. Se ele escolher mal os componentes dessa equipe, ou avaliá-los apenas pela competência e não pelo caráter, terá uma administração que deixará de ser útil ao bem comum. Por isso Davi determinou que não aceitaria trabalhar com fraudadores e mentirosos, os tais jamais permaneceriam antes aos seus olhos: “Não há de ficar em minha casa o que usa de fraude; o que profere mentiras não permanecerá ante os meus olhos” Sl 101.7.
Os olhos estão ligados ao cérebro, mas a corrupção também está na mente. Quando o Salmista diz: “Não porei coisa injusta diante dos meus olhos”. No hebraico “coisa injusta” tem o sentido literal de DISCURSO DE BELIAL. Daí pode concluir que ele não toleraria discursos rebeldes, mentirosos e fraudulentos diante da sua visão sincera de trabalho. Não vemos apenas coisas com os olhos, nossas mentes são capazes de olhar por meio de um texto, de palestras, de palavras. Poderemos nos conduzir a uma direção contrária se ouvirmos discursos contrários a nossa visão. Discursos cheios de lisonjas e promessas são verdadeiros oásis de ilusão, que nos levarão a nada e mais ao prejuízo.
A palavra belial ( בליעל ) em hebraico tem o sentido de imprestável, companheiro vil, mas também se refere a uma entidade demoníaca cananita. Este ser era no Antigo Testamento entendido como o chefe do Sheol, ou seja, do inferno. Às vezes confundido com Satanás por causa de uma citação de Paulo, 1Co 6.15. Mas a cristandade sempre os entendeu como seres distintos. De qualquer maneira, sabe-se que o discurso de rebelião é coisa demoníaca, traiçoeira e está associada ao inferno. Há muitos discursos por aí que colocarão multidões incontáveis nesse patamar de perdição, desprezo e dor. E é incorreto pensar que isso ocorrerá depois da morte, pois já em vida quem se envolve com essas coisas já vive num inferno na terra.
Em tempos como os nossos as janelas de nossas almas devem se fechar para os inconvenientes à vida conjugal, à reputação e a paz interior. A internet tem sido uma bênção e maldição simultaneamente. O facebook estava acelerando o nível de divórcio no Reino Unido, a pornografia tem se tornado pior que o ópio no mundo. As janelas da alma têm sido abertas para o Senhor do Inferno em muitos lares, este príncipe maligno tem escravizado muitos cônjuges que de maneira inexplicável tem abandonado seus lares. Com muita gravidade asseverou o Senhor Jesus Cristo: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” Sl 6.22-23.
Visto que morte é o contrário da vida, não selecionar cuidadosamente o que se vê e o que se ouve é uma maneira de trazer para dentro do lar demônios de destruição. Este é outro sentido de belial, porque ele gera incontinência sexual, destrói a família, promove incestos, estupros, prostituição e a homossexualidade. Apenas o arrependimento sincero diante de Deus e acompanhamento adequado e cauteloso possibilitará libertação desses males. Portanto bata a porta na cara de belial e abra-a para Cristo o Senhor, convide-o e ele desalojará esse intruso, seja honesto e peça ajuda e assim se houver algum problema dessa natureza, você encontrará libertação.