quarta-feira, 25 de julho de 2012

ENTENDAM O QUE DEUS QUER DE VOCÊS


Ef 5:17 - Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
 
   
S
erá que entendemos o que Deus quer para as nossas vidas? Caso não entendamos, onde ou de que maneira poderemos alcançar esse entendimento? Vejamos como Paulo trata desse assunto e orienta os cristãos Efésios e a Igreja em geral.
Utilizando-se de uma linguagem com pares opositivos no texto acima, o insensato se opõe aquele que tem entendimento ou compreensão. O insensato é aquele que falta senso, razão, inteligência; o sensato ou o que compreende é aquele que tem bom senso, judicioso. Paulo usa os termos “insensatos” e “entendei” referindo-se a vontade de Deus.
A vontade de Deus é um assunto constante nas Cartas Paulinas. Dentre as citações sobre a expressão vontade de Deus há duas coisas que queremos destacar. A primeira, o texto bíblico em apreço, e também o de Romanos 12.2. 
Paulo ao expressar aos crentes, “entendei qual seja a vontade do Senhor”, significa que, a vontade de Deus pode ser entendida. Porque Deus quer que ela seja entendida, para que também ela seja praticada. Contudo, está implícito que a vontade de Deus pode não ser compreendida ou mesmo ser ignorada. Mas quando é que alguém não entende a vontade de Deus para sua vida? Existem algumas coisas a considerar e isso sem levar em conta os descrentes, em cujas mentes não se ocupam dessa questão.
O não entendimento ou ignorância quanto à vontade de Deus está ligada ao deixar de fazer ou cumprir alguma coisa necessária. De acordo com o pensamento sobre o assunto no Novo Testamento, pode-se verificar que o não entendimento da vontade Deus está ligado: A falta de oração, a influência do mundanismo no coração, ao não estar cheio do Espírito Santo. Também a negligência da santificação, a falta de adoração individual e coletiva como um sacrifício vivo. E finalmente, a falta de constantes ações de graças, Ef 5.18-21.
A vontade de Deus para os crentes sinceros não é uma possibilidade apenas, eles estão além disso. Pois entendem que a vontade de Deus é uma experiência a ser vivida a cada dia, e também nas grandes decisões e situações da vida. A vontade de Deus para os cristãos originais não está num campo hipotético, e sim num campo experimental e concreto de modo conclusivo. Isso é tão sério que deve ser levado em oração diariamente, Mt 6.10,13; Lc 11.2. E é a partir desse aspecto devocional que a vontade de Deus será experimentada, Paulo trata disso de uma forma mais detalhada e profunda.
Segundo o Apóstolo Paulo, a vontade de Deus é não só para ser entendida, mas também para ser experimentada (dokimazo). Dokimazo significa testar, examinar, provar, verificar se alguma coisa é genuína ou não, como se faz com metais. Mas também pode se reconhecer como genuíno depois de examinar, aprovar ou julgar valioso. Nesse ponto há certo cientificismo religioso. Quero dizer que, a prática da vontade de Deus conduzirá a pessoa à satisfação de uma necessidade legítima da alma. E isso Paulo fala de modo magistral: “boa, agradável e perfeita vontade de Deus, Rm 12.1-2”. Cf. também, Cl 4.12; 1Ts 4.3; 2Tm 3.16-17.
Com o acima exposto fica claro que podemos provar a vontade de Deus como quem prova um vinho. Ou como quem avalia a preciosidade de determinado metal. Essa experiência não acontecerá através das ciências matemáticas, físicas, astronômicas, etc. Porém será legítima quando houver algum tipo de obediência a Deus. Por exemplo, de acordo com Paulo por meio de uma entrega como sacrifício vivo no altar de Deus. Vejamos um pouco mais cuidadosamente.
Essa entrega vai acontecer na casa de Deus, através da adoração coletiva. Alguém inicialmente de modo isolado pode começar a experimentar a vontade de Deus, mas solitário e desacompanhado ninguém irá avante. Pois o propósito de Deus é Ele mesmo nos completar através da comunhão com os outros simultaneamente. Salvo em alguns casos raros, é apenas na casa de Deus que podemos levar a nossa oferta e entregar-nos como oferta no altar de Deus.
É verdade que precisamos buscar de modo individual, pois os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade, Jo 4.23.  Inicialmente, Ele nos abençoará assim. Porém é essencial que a prática espiritual, no pensamento paulino, está sempre no plural e no coletivo. Observe como Paulo orienta a maneira de entender e experimentar a vontade de Deus:
1) Evitando certos pecados coletivos, ou seja, santificando-se: “não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução”, Ef 5.18.
2) Buscando uma vida cheia do Espírito coletivamente: “enchei-vos do Espírito”, Ef 5.18b.
3) Adorando e louvando a Deus na coletividade: “Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais”, Ef 5.19.
4) Sendo agradecidos a Deus por tudo individual e na casa de Deus: “dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”, Ef 5.20.
5) Ter uma convivência resignada com temor: “sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”, Ef 5.21.

Concluímos que a vontade Deus é para ser buscada e isso numa atitude individual e coletiva. Inicialmente, de alguma forma é possível começar a praticá-la só. A prática cristã, porém, só acontecerá de fato no convívio com os outros irmãos. Eles têm o que nos completa, o entendimento e a experiência cristã que nos falta. E nós individualmente completamos a eles também o que lhes falta em alguma coisa. Se bem que em algum momento nem sempre isso será possível. O que precisamos, portanto é termos uma convivência resignada para que continuemos a agregar valor as nossas vidas e a dos outros também. Principalmente, no que tange a renovação de nossa mente (Rm 12.1-12). Pois ela só acontecerá mediante a convivência no Corpo de Cristo e através de uma boa leitura.





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