A ARTE DE MIMETIZAR O PAI CELESTIAL
Ef 5:1 - Sede, pois, imitadores de
Deus, como filhos amados;
Sem sair da
temática de como buscar a harmonia congregacional, o escrito paulino prossegue.
Ele fala agora da necessidade de imitar a Deus, a partir do modelo que Ele é.
Essa imitação ou mimetização de Deus se dá ou dará através das atitudes
demonstradas ao longo da experiência cristã. Os crentes devem se tornar de modo
consciente mimetizadores de Deus. E esse pensamento paulino, além do texto em
apreço, é encontrado em várias partes das suas cartas, mas apresentado de forma
diferente.
A palavra usada
por Paulo no grego para imitadores é mimetai.
Temos em português procedente do grego a palavra mimesis (imitar) e também
mimetizar (mania de imitação, adquirir por mimetismo ou camuflar-se). Para que
a mimetização aconteça se faz necessário partir de um exemplo, um modelo que
deve ser primeiramente interiorizado. Esse modelo de que trata Paulo está numa
relação de paternidade e filiação, algo bem de família. Nesse modelo, Deus é o
Pai digno de ser mimetizado, imitado e copiado.
Todo o filho
deseja e imita a seus pais naturalmente, alguns vestem as suas roupas, calçam
seus sapatos. Alguns meninos, por exemplo, gostam de usar “escondido” o
barbeador do pai passando-o no rosto. As meninas usam a maquiagem das mães,
etc. Enfim, os pais se divertem quando presenciam coisas assim de seus filhos.
Esse princípio mimetizador não chega a gerar harmonia em casa, mas é divertido.
Porém na família cristã, na assembléia dos santos muito contribui, pois mimetizar
a Deus gera e sustenta a harmonia.
Para que haja
imitação do Pai celestial os indivíduos têm que nascer na sua família. Paulo
está dizendo imperativamente que os irmãos tragam a existência o ato de imitar,
mas uma imitação do caráter divino. O caráter divino se expressa numa relação
de santidade e amor, para as quais fomos eleitos, Ef 1.3. Para isso foi que
fomos predestinados como filhos (huios), Ef 1.4. Mas quanto à mimetização há
pequena diferença no pensamento, pois ele diz “filhos amados – tékna agapetá”.
E os tékna são filhos gerados diretamente por Deus através da fé em Jesus
Cristo.
No pensamento
antigo os filhos gerados na família e no convívio mimetizarão naturalmente os
pais. Ao passo que os que foram inseridos por adoção não farão isso tão
eficientemente, principalmente, dependendo da idade com a qual foram adotados. A
igreja cristã deve ser um ambiente que expressa o caráter do Pai em santidade e
amor, para que os filhos se desenvolvam com esse perfil. É lamentável por
frequentemente vermos o contrário nas congregações locais.
O sentimento
a ser desenvolvido no coração dos filhos: é o de significado – eles representam muito para a família; é o de cuidado – eles precisam de alimentação,
roupas, educação, segurança, etc.; atenção
e carinho – eles precisam de que se brinque com eles, e que eles tenham o
afago apropriado; correção e tolerância
– eles precisam que demonstremos paciência, cumplicidade, e correção nos seus
aprendizados e falhas. Isso tudo ilustra o padrão que a igreja local e geral
deve adotar, perseguir e viver para que os filhos de Deus sejam sadios.
Quando um
filho é negligenciado, desprezado, maltratado e rejeitado em família o que
acontecerá? Ele não terá prazer de pertencer àquela família, não terá força
para lutar por sua família e facilmente a rejeitará. Isso envolve aspectos
presente e futuro numa pessoa. É algo muito corrente que o tráfico e o crime são
alimentados por pessoas procedentes de lares desajustados. A igreja não pode
ser um lar assim, e sim ser uma casa de amor que reflete o caráter de seu Pai e
Líder eterno.
Por outro
lado, todos os cristãos devem se voltar para o que as Escrituras dizem acerca
do amor eterno de Deus. Devem eles se sentir amados através do amor de Cristo
que excede todo o entendimento. Devem eles se inspirar e imitarem esse amor,
mas isso só acontecerá mediante a interiorização do amor divino primeiramente.
Assim poderão mimetizar a Deus eficientemente.
Agora vejamos
o que Paulo diz de como se ter uma igreja harmônica, no artigo seguinte.
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