NEM TUDO É O DIABO
Entendo e sei que nem tudo é o diabo, nem tem porque acreditar dessa
maneira. Em relação a esse assunto há duas posturas principais. Há aquela que a
pessoa acha que seu destino está atrelado a esses seres de natureza espiritual
do mal, normalmente esse tipo de pessoa transfere muitas das suas decisões e
culpas a eles e a outras pessoas como uma espécie de fuga, sim transfere a sua
própria responsabilidade nos
fatos, por adotar uma espécie de autocomiseração. Já tive oportunidade de
receber alguém e ouvi-la lamentar as suas falhas mais ou menos assim: É eu não
vigiei e aí me veio o diabo com aquela tentação e eu cedi; Ah, o diabo me
tentou e eu caí. Acredito que todos nós caímos de alguma maneira ante alguma
tentação, porém assumamos a responsabilidade. Pedro negou a Jesus e chorou
amargamente, não disse que foi o diabo.
Por outro lado, há outro extremo em se recusar
em acreditar na existência, influência e ação no mundo social desses seres
conduzindo os seres humanos a tentação, doenças físicas e mentais e a prática
da maldade em todas as esferas. Quantas pessoas estão enfermas, com doenças
psicossomáticas e mentais, caso não encontrem ajuda e tenham a força necessária
não conseguirão sair desse labirinto cruel. Apenas a graça maravilhosa de Deus
é que levanta o homem de sua triste decadência e encarceramento.
Cada caso é um caso único e particular, porém o
ser humano com um pouco mais de atenção consegue discernir se o que está lhe
fazendo sofrer está numa esfera humana, divina ou mesmo demoníaca. O mesmo
Criador que dá o discernimento, também oferece ferramentas de como corrigir uma
determina situação seja qual for à esfera. Quando o sofrimento tem origem nos
espíritos da maldade devemos amarrá-los e expulsá-los. O exercício dessa
autoridade e serviço deve ser prioritariamente aqueles que são da família da fé,
isto porque alguém que busca apenas um alívio estará fazendo mais mal a si, por
se recusar crer no Filho de Deus.
Há uma anedota de púlpito que ilustra isso.
Certo homem que se dizia crente resolveu ir ao cinema assistir aqueles filmes
para adultos, pornográfico mesmo. E aí ele estava na fila para pagar a sua
entrada e chegou um sujeito bem vestido e de boa aparência e lhe perguntou:
Você vai assistir a esse filme? – Sim, vou assistir, respondeu o homem que
encaminhava para pagar seu ingresso. Daqui a pouco, o mesmo retorna ao “tal
cristão” e lhe perguntou novamente: Tem certeza que você vai assistir a esse
filme? Seu interlocutor irritado respondeu: Sim, claro que vou. Por que você me
pergunta isso de novo? – Então respondeu aquele desconhecido, depois não diga
que sou eu. Em seguida, o demônio foi embora.
Por outro lado, muito do sofrimento humano se
origina no próprio homem: A falta de maturidade, falta planejamento da vida, atitudes
precipitadas, ingenuidade, não obedecer aos pais etc. Nesses casos o melhor é
parar e aquietar-se diante de Deus, e buscar sabedoria em fontes seguras: a
Palavra de Deus e pessoas sábias de fato.
O sofrimento originado em Deus acontece
dificilmente, mas tem sempre um fim terapêutico ligado a soberania divina.
Vemos. Por exemplo, que Jó foi grandemente atribulado, sob a permissão de Deus,
entretanto o seu fim foi pedagógico, terapêutico e redundou em bênçãos e glória.
Todavia, tenha cuidado, pois tem muita gente enferma, traída, etc., achando que
Deus tem a ver com esse sofrimento, quando talvez não seja, muito dificilmente
seja. A dissolução da ignorância se dará por uma busca de resposta, de bater em
portas da oração, meditação e até jejum. Deus é luz e não deixa no escuro quem
o busca. Mas lembre-se também, nem tudo é o diabo.
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