FUNDAMENTALISTAS OU
FANÁTICOS?
Atualmente por meio da imprensa
escrita e midiática se presencia com frequência o termo “fundamentalistas”,
visando com isso atacar os cristãos evangélicos e católicos praticantes.
Sabe-se o poder descritivo de pessoas, seres e coisas que as palavras têm, mas
não se pode negar a limitação que às vezes estas possuem. Um mesmo conceito ou
palavra sofre alterações naturais ao longo do tempo. Aqueles que gostam do
estudo diacrônico da língua e etimólogos sabem perfeitamente disso. Às palavras
vão se transformando e ganhando novos formatos e sentidos que os próprios
falantes dão com o passar das décadas e séculos. Daí a importância da escrita,
da gramática prescritiva, da linguística e da própria educação em si no sentido
de tentar inibir um pouco isso.
Toda essa explicação acima se
dá para mostrar como os termos “fundamentalistas, fundamentalismo” têm sido maldosamente
empregados por meio de pessoas e empresas de comunicação desses últimos dias. O
movimento fundamentalista cristão não é de natureza discriminadora, xenofóbica
ou homofóbica como alguns acusam. Embora o termo fundamentalista com o passar
do tempo tenha em algum momento tido essa conotação, todavia, os verdadeiros
fundamentalistas cristãos não possuem um comportamento nocivo a quem quer que
seja. Porque como veremos, os verdadeiros fundamentalistas procuram na verdade
seguir uma ética condizente com o bom senso, a moderação à luz da Bíblia
Sagrada.
O movimento fundamentalista
nasceu nos Estados Unidos para fazer oposição ao movimento modernista pós-guerra.
A sociedade americana apesar de próspera estava inconformada com algumas
questões sociais da época. Nessa inconformidade se encontrava também o abandono
por muitos dos principais princípios cristãos, que precisavam de reafirmação
naquele momento. Lembremos que naquela época não estava em questão a homoafetividade,
como nos nossos dias, mas o crescente descaso das Escrituras e algumas
doutrinas fundamentais.
O fundamentalismo bíblico
daqueles dias faz relembrar dos cinco pontos da Reforma Protestante: Só as
Escrituras, Só a fé, Só a graça, Só Cristo e Só a Deus a Glória. Isso porque essa
proposta é o retorno aos fundamentos cristãos da Igreja primitiva. Esse
movimento surgiu no Seminário Teológico de Pricenton promovido por dois homens
ricos que patrocinaram a elaboração e a distribuição de doze volumes
intitulados “Os Fundamentos”. Os cristãos intitulavam-se com prazer a nomenclatura
de fundamentalistas, todavia não tinham como objetivo tornar os EUA uma
teocracia.
[1]O Fundamentalismo é construído em cinco princípios
da fé cristã, embora haja muito mais para o movimento do que a adesão a estes
princípios:
1) A Bíblia
é literalmente verdadeira. Associada a este princípio é a crença de que a
Bíblia é infalível, isto é, sem erro e livre de contradições.
2) O nascimento
virginal e a divindade de Cristo. Os fundamentalistas acreditam que Jesus
nasceu da Virgem Maria, foi concebido pelo Espírito Santo e era e é o Filho de
Deus, plenamente humano e divino.
3) A
expiação substitutiva de Jesus Cristo na cruz. O Fundamentalismo ensina que a
salvação é obtida somente através da graça de Deus e a fé humana na
crucificação de Cristo para os pecados da humanidade.
4) A
ressurreição corporal de Jesus. No terceiro dia após a sua crucificação, Jesus
ressuscitou dos mortos e agora está assentado à direita de Deus Pai.
5) A
autenticidade dos milagres de Jesus como registrados nas Escrituras e a literal
e pré-milenar segunda vinda de Cristo à Terra.
Na década de 1980 o termo “fundamentalistas” passou a referir-se aos
fanáticos mulçumanos, como um clichê nada elegante, pois mesmo entre os
mulçumanos sabe-se que há apenas uma pequena minoria de fanáticos, como há em
qualquer grande religião inclusive na crença católica e evangélica. Pelo
exposto acima fica claro que chamar os evangélicos e protestantes de
fundamentalistas é ofendê-los aos associá-los com assassinos, terroristas etc.
Não se sabe de que tais coisas tenham acontecido aqui no Brasil visto que não
faz parte do perfil brasileiro, basta examinar a história.
Sabe-se de revoltas de grupos como, por exemplo, de grupos de esquerda
liderados por Luis Carlos Prestes, que sendo militar fez uso indevido de armas,
revoltas, teve que ser exilado. Tais grupos pelo que se sabe eram financiados
com investimentos estrangeiros que visavam tornar o Brasil um país socialista,
a semelhança de Cuba, da Coréia do Norte, Alemanha, etc. E que se não fosse a
ditadura, os militares, o jeito pacífico do brasileiro seríamos semelhantes a
China ou a Rússia. Tais acontecimentos nada tiveram com os desprezados e insignificantes
(numericamente falando) evangélicos daquelas épocas.
Hoje lidamos com uma imprensa onipotente que através de seus clichês
tentam estigmatizar, intimidar e impor a sua política. A liberdade deve seguir
o seu rumo, porém com responsabilidade, pois cada um deve prestar contas do que
diz, não só a Deus mas aqui pelo meios competentes. Um verdadeiro
fundamentalista volta-se para as Escrituras, para Cristo e para a esperança da
sua fé. Um verdadeiro fundamentalista cristão ama o próximo ainda que discorde
dos seus pontos de vista, inclusive de natureza sexual. Um verdadeiro cristão
ora pela sua nação e não procura manipular resultados.
A propósito o autor deste artigo não é a favor de uma teocracia
evangélica, a arte e a ciência governar deve dirigir-se para contemplar o povo
como um todo. Visto que somos formados de uma grande pluralidade, mas devemos permanecer
um Estado laico.
Fundamentalistas somos sim, porque nos voltamos às Escrituras. Fanáticos
e inconsequentes jamais, pois aí já estaríamos desonrando-as. Abraços a todos.
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