quarta-feira, 15 de junho de 2011


Um amigo meu em enviou o seguinte email:

Paulo nos fala de uma luta interna vivida pelo indivíduo contra o pecado. O líder ao ministrar sobre seu rebalho, mesmo sem um contato direto, apenas pela palavra ministrada nos cultos, participa desta luta de cada individuo e até é atingido por ela?
"Santo" Agostinho no ano de 380 d.C. nós falava desta luta no inicio de sua caminhada:

“Quando pensava em me consagrar por inteiro ao Teu serviço, Deus meu, era eu quem queria fazê-lo, e eu quem não queria fazê-lo, era eu mesmo, e porque não te queria de todo, nem de todo não te queria, lutava comigo mesmo e me rasgava em pedaços”.

Em resposta, segue:

O líder na luta contra o pecado, antes de assumir qualquer responsabilidade de liderança passa primeiro pelo seu campo pessoal de provas. Para depois, quer seja no seu aspecto interior ou exterior, ser como um médico ou bombeiro, ou seja, o que mais se expõe a perigos próprios do ofício na tentativa de salvar os outros. Alguns perigos comuns são durante o aconselhamento: não vigiar os seus pensamentos, no púlpito a vaidade pessoal ou manipulação dos outros, em casa a perda de paciência por causa da enorme carga psicológica que ele (o pastor) adquire com o tempo. Com o passar do tempo, o outro perigo é o da insensibilidade, falta de compaixão com os problemas alheios e a própria negligência quanto a devoção pessoal e leitura variada. Tudo o que falo são aspectos práticos que o pastor carrega consigo e que não se é falado, na verdade Deus precisa de um pastor humano, muito humano, para que possa entender as lutas interiores de suas ovelhas e as que virão a ser. Na verdade, a ele são reservadas provas especiais, como alguém treinado numa "tropa de elite" para que possa suportar tais pressões: interiores, infernais e sociais. Cuja finalidade é, que sendo homem possa ter compaixão de outro homem.

Na verdade as crises de desânimo são amigas constantes que um líder passa calado, não procurando demonstrar suas fraquezas, como uma mãe em grande necessidade que evita demonstrar fraqueza para os seus filhos, a fim de que eles não se desesperem. Mas há casos também por orgulho, ou ter tido um discipulado fraco, e aí o perigo para ele e o rebanho se torna pior.

Particularmente não acho que um pastor ou líder deve ter resposta para tudo o que buscam, essa é uma grande tentação interior, mas que ele deve ouvir os lamentos e ser apenas solidário com as ovelhas de seu rebanho, isso já é suficiente. Outro grande perigo são as dependências emocionais que algumas pessoas formam em torno do líder e ele passar a gostar disso. Se ele não tiver cuidado, isso o devorará drenando todas as suas energias psicológicas, e aí então ele precisará ser decidido, resignado e dar um basta na situação.

É meu amigo, já tenho 18 anos de ministério pastoral e 29 anos de fé, enfim já passei muita coisa. Mas quanto a luta que Agostinho de Hipona fala é real e chega o momento que o líder "está além da linha do desânimo, e tem que prosseguir assim mesmo". Sei que sobre o assunto eu escreveria um livro! Porém, vou ficar por aqui.

Até a próxima.

(15.06.2011)


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