HÁ VAGAS PARA PASTORES - II
Anteriormente
dissemos que Deus prometera dar líderes especiais para o seu povo, i.e., dar pastores.
Todavia, era necessário haver um ajuste
nas engrenagens. O povo de Deus daquela época, os judeus, caminhara para longe
demais do Deus da aliança, Javé: “Porque dois males cometeu o meu
povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas,
cisternas rotas, que não retêm as águas”. Jr 2.13. Apesar da apostasia a
generosidade divina não estava bloqueada, apesar do afastamento do povo Deus
não tinha fechado as suas mãos para abençoar o seu povo com bons líderes. Era,
porém necessário que eles se voltassem para Deus e se qualificassem para
receber suas bênçãos.
É interessante que há certas coisas
e pessoas que Deus deseja nos dar e liberar em favor das nossas vidas, mas se
recebêssemos na condição que nos encontramos desperdiçaríamos tais bênçãos.
Possivelmente não seríamos gratos, nem reconheceríamos como uma bênção vinda da
parte dele. Isso significa que estamos desqualificados perante Deus. Note que
reis, sacerdotes e profetas piedosos, santos e comprometidos eram enviados,
porém eles os desprezaram e os maltrataram, 2Cr 36.15. Por esse motivo, na
maioria das vezes, Deus prefere esperar a nossa conversão sincera a Ele e aguarda
o nosso amadurecimento acontecer, para então nos enviar CERTOS presentes.
Atualmente, se percebe um grande
interesse em abrir novas igrejas, há certo fascínio em alguns obreiros em
iniciarem ministérios próprios pelo fato de terem algum tempo de convertido, de
pregarem bem ou de possuírem algum diploma teológico. Se se juntar tudo isso e
alguma coisa mais, porém se não houver um chamado específico de Deus para tal
pessoa, tudo o que se fizer se dará em nada ou quase nada. Alguns imaginam que
há grande satisfação por trás do status e renda de alguns pastores, ignoram,
porém que há o outro lado da moeda, o lado chato e amargo do ofício que muitos
se pudessem como Jonas fugiriam para bem longe.
Um homem chamado por Deus se
realizará no seu ministério mesmo nas condições contrárias e desfavoráveis. Isso
sucederá por que ele estará equipado com a graça e o consolo divino especiais,
o que surpreenderá os seus antagônicos. Logicamente, estamos falando de alguém
amadurecido, paciente e resignado nas adversidades. Na verdade um obreiro
chamado por Deus deleitar-se-á em suas vicissitudes, 2Co 12.10. Quantos
pastores eu pude conhecer que trabalhavam ganhando bem pouco, outros nada
ganhavam, mas mesmo assim eles não desistiram do ministério. Quantos foram
vítimas de ingratidões e maus tratos, contudo, levavam a cabo a sua missão, por
amor a Jesus Cristo.
Muitos daqueles que vêem um
pastor pregando e ouvem a vibração do povo a glorificar a Deus, não conhecem o
lado solitário e resignado de um líder espiritual, suas privações e carências. A
família de um pastor costuma pagar um elevado preço em função de seu
ministério. A esposa do pastor é a mulher sem nome e os seus filhos são
duramente cobrados como se fossem perfeitos. É claro que estamos nos referindo
a homens autênticos, bíblicos que são verdadeiros agentes de transição onde se
encontram plantados por Deus. Tais homens são dádivas de Deus ignoradas ou
jamais reconhecidas, senão quando vão embora para assumir outro rebanho.
O autor está no ministério eclesiástico desde
1993 e descreve essas realidades para que aqueles que supõem ter uma chamada
possam avaliar profundamente a questão. Em caso de dúvidas é prudente que
permaneçam na sua profissão e entendam que mesmo ali eles serão produtivos no
Reino de Deus, caso orem e busquem isso. Por outro lado a grande marca de um
líder espiritual é oferecer-se como exemplo, para que esse modelo possa
interiorizar-se nos seus ouvintes. Outra grande marca de um líder é a paciência
e o desenvolvimento do discipulado, ele deve se ver não como um convertedor de
almas, nem como um atacadista do Reino celestial e sim como um pai que instrui
seus filhos sempre, um discipulador.
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